A competência sociolinguística em italiano: da análise de dados com falantes nativos ao ensino implícito e explícito para brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Frangiotti, Graziele Altino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-04062019-112317/
Resumo: Esta pesquisa investigou o efeito da instrução implícita e explícita no desenvolvimento da competência sociolinguística em aprendizes brasileiros de italiano. Como definida aqui, a competência sociolinguística constitui o conhecimento que permite ao aprendiz reconhecer e produzir variedades linguísticas adequadas a gêneros textuais orais e escritos com diferentes graus de formalidade. Na primeira etapa da pesquisa, foram coletados na Itália quatro corpora de gêneros textuais produzidos por italianos, a saber: 140 e-mails; 13 interações em plantão docente; 10 entrevistas e 18 históricos de mensagens de texto enviadas pelo celular. A partir dos dados reunidos, foram conduzidas análises com o intuito de identificar fenômenos marcados em diamesia e diafasia que pudessem, posteriormente, ser abordados por meio da instrução em sala de aula. Com base nas análises, foi constatada a existência de seis traços linguísticos capazes de diferenciar os quatro gêneros textuais no plano da formalidade e do canal empregado na comunicação, foram eles: 1) a expressão da posterioridade verbal; 2) as conjunções adversativas, causais, concessivas e conclusivas; 3) as unidades lexicais alteradas; 4) os superlativos absolutos; 5) os deslocamentos à esquerda e à direita; e 6) os pronomes relativos. Passamos, então, à etapa subsequente da pesquisa: a formulação dos cursos experimentais. Ambos os cursos tiveram duração de 20 horas, que foram divididas em cinco unidades de trabalho. Participaram do experimento didático 22 aprendizes, dos quais 11 fizeram parte do grupo submetido à instrução explícita e 11 do grupo que recebeu instrução implícita. Para distinguir a instrução implícita da explícita, adotamos as propostas de Ellis (1998), Housen e Pierrard (2005), Doughty e Williams (1998), entre outros, diferenciando o curso explícito pela presença de momentos voltados à reflexão metalinguística indutiva (GAUGHIER et al., 2014) e pelo oferecimento de feedback corretivo explícito (LYSTER; RANTA, 1997). No curso implícito, por outro lado, a instrução foi realizada por meio de perguntas de compreensão sobre o input (VANPATTEN, 2004; WONG, 2004), de atividades de revisão colaborativa (FIGUEIREDO, 2006; CARVALHO, 2006) e de atividades de listasíntese (SCHNEUWLY; DOLZ, 2010). A coleta de dados nos dois grupos se deu pela realização de três testes aplicados antes e depois da instrução em sala de aula. Dois testes foram construídos para eliciar conhecimento declarativo e um para eliciar conhecimento processual (ELLIS, 2009). A comparação do desempenho dos aprendizes revelou que a instrução gerou efeitos na competência sociolinguística em ambos os grupos, porém houve efeitos mais significativos para o grupo que recebeu instrução explícita. Nesse grupo, houve alteração no desempenho, sobretudo, nas medidas mais relacionadas ao conhecimento declarativo - o teste de recepção e o de produção escrita - enquanto no grupo que recebeu instrução implícita as modificações se deram, principalmente, quanto a aspectos relativos à estrutura composicional dos gêneros textuais.