Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Moreno, Helena Wakim |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-11112022-195726/
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Resumo: |
Esta tese se dedica a investigar percursos de formação de jovens intelectuais provenientes de Angola sócios da Casa dos Estudantes do Império (CEI), desde a sua criação até o seu encerramento pelo Estado Novo. A CEI foi concebida como uma associação de assistência estudantil criada com endosso do regime salazarista para acolher universitários do espaço colonial que realizavam seus estudos em Portugal, a fim de servirem de correia de transmissão dos valores do regime. Porém, logo nos seus primeiros anos a associação começou a manifestar adesão às ideias de oposição ao regime salazarista e à noção de império colonial português (posteriormente, ultramar português). Durante os vinte e um anos de existência da CEI, os membros provenientes de Angola representaram quase um terço dos associados, sendo que a grande maioria dos cargos de direção interna da associação foram exercidos por sócios desta localidade, cuja presença também era predominante entre as publicações de caráter literário e ensaístico editadas pela associação. Estes dados podem ser lidos como indícios de que, nos anos subsequentes, Angola seria a antiga colônia de Portugal com o maior número de intelectuais e lideranças políticas conotados com os movimentos de libertação cujas trajetórias estiveram ligadas à CEI. Observando as diferentes fases da história da associação perante o contexto internacional das independências afro-asiáticas, dos arranjos do Estado Novo português frente à emergente oposição aos seus valores na metrópole e nas colônias, privilegiando o olhar sobre a crescente articulação dos movimentos culturais e políticos de caráter anticolonial e nacionalista em Angola, este estudo aborda a CEI como um espaço privilegiado de construção de redes políticas e intelectuais, em âmbito nacional e internacional, que frente ao contexto de ditadura e censura impostas pelo regime, propiciou arranjos capazes de oferecer uma formação singular aos sócios de Angola. Consoante a estes movimentos, esta investigação também demonstra como a agência - dos sócios de Angola - bem como a presença de elementos materiais e simbólicos produzidos por indivíduos desta antiga colônia incidiram sobre as dinâmicas políticas e sociais no espaço metropolitano, driblando as brechas da censura para se contrapor ao discurso oficial do regime sobre as condições sociais, políticas e culturais de Angola perante setores da sociedade portuguesa. |