Ecofisiologia comparativa entre gramíneas nativas e gramíneas exóticas invasoras em um Cerrado Campo Sujo, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Delabio, José Cristiano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-22092014-114501/
Resumo: As invasões por espécies exóticas vêm acarretando a homogeneização das comunidades naturais tornando-se; atualmente, a segunda principal causa da perda da biodiversidade. Entre os domínios brasileiros mais afetados está o Cerrado, que possui mais de 11 fitofisionomias e 33% de toda biodiversidade vegetal do país. As alterações pela atividade humana foram facilitadas em decorrência das áreas de Cerrado estarem dispostas em quase todo o território nacional e, na fisionomia de campo sujo, em particular, pela facilidade de mecanização e consequentemente pelo emprego da agricultura em larga escala. Dessa forma, foram inseridas gramíneas exóticas africanas para a melhoria da qualidade e produtividade do forrageio. Essas gramíneas se ajustaram tão bem em áreas de campo sujo que se expandiram desordenadamente e conduziram a um desequilíbrio estrutural e funcional destas áreas. O objetivo deste estudo foi investigar os padrões de utilização de recursos em gramíneas nativas e invasoras em um campo sujo levando em conta os períodos de maior e menor disponibilidade hídrica e os possíveis efeitos das variáveis microclimáticas sobre as respostas fisiológicas de gramíneas nativas e invasoras. A área de estudo localiza-se no Parque Estadual do Juquery, município de Franco da Rocha, Estado de São Paulo. As espécies utilizadas para o estudo foram as nativas: Tristachya leiostachya, Imperata brasiliensis, Axonopus pressus e Axonopus siccus. E as invasoras: Urochloa brizantha e Melinis minutiflora. As respostas fisiológicas frente às flutuações entre os períodos chuvoso e seco foram obtidas através de análises de trocas gasosas, análise de fluorescência e de medições das variáveis microclimáticas ao longo de 23 meses entre 8:00 e 12:00. Os resultados indicaram que gramíneas nativas investem 16% menos em fotoproteção do que gramíneas invasoras, sendo estas mais sensíveis aos fotodanos. No entanto, gramíneas nativas investem 13% a mais na síntese de clorofila total e se equivalem na capacidade de assimilação de carbono (A) e quanto as taxas de transporte de elétrons (ETR) indicando uma aprovável equivalência no uso da luz que pode estar associada a maiores taxas de eficiência no uso do nitrogênio em nativas tanto no período chuvoso (70%) quanto no seco (70%), além da ausência de diferença estatística no conteúdo de fósforo foliar por massa seca (Pmg/ms) e na eficiência no uso deste recurso (EUP). A condutância estomática (gs) e transpiração (E) foram respectivamente 22 e 60% maiores nas gramíneas nativas, por isso, a eficiência no uso da água foi 60% menor nestas em comparação às invasoras, tanto no período chuvoso quanto no seco. Tal regulação da condutância provavelmente esteve relacionada ao conteúdo de nitrogênio foliar que foi 100% maior nas invasoras no período chuvoso e 85% maior no período seco. Como esperado, gramíneas nativas apresentaram respostas de menor sensibilidade à seca em comparação às invasoras. Gramíneas invasoras, por sua vez, não corroboraram a expectativa de maior oportunismo em relação às nativas no período chuvoso quanto a captação de recursos, assim como, diferentemente do esperado, não se mostraram tão sensíveis à seca devido a um comportamento conservador no uso da água