Deus, senhores, missionários e feiticeiros: a mediação jesuítica dos confrontos entre portugueses e centro-africanos (1548-1593)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Tassinari, Tomás Motta
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-12072019-172725/
Resumo: O objeto de investigação deste trabalho é a atuação dos missionários jesuítas junto aos reinos do Congo e de Angola durante a segunda metade do século XVI. A hipótese metodológica é que o conceito de mediação cultural (tal qual proposto por Paula Montero) pode ser útil para a leitura da documentação em questão. Dessa maneira, procura-se entrever como a atuação dos jesuítas na África Centro-Ocidental compreendeu um esforço de dupla tradução. Por um lado, os jesuítas tiveram de traduzir o referencial das missões no Congo e em Angola para o destinatário ocidental de suas cartas, valendo-se da dicotomia entre religião e civilização para justificar a suposta necessidade de aqueles povos serem sujeitos a um reto poder secular antes de poderem ser evangelizados. Por outro lado, os jesuítas também procuraram verter o que seria a religião cristã para seus interlocutores locais: argumenta-se aqui que os missionários cristãos valeram-se de uma estratégica sobreposição ortoprática com os feiticeiros do Congo e de Angola para não serem insignificantes naquele contexto. Busca-se, por fim, demonstrar que esse percurso na leitura das fontes resulta em uma definição histórico-comparativa para a religião do Congo e de Angola, próxima ao gênio do paganismo descrito por Marc Augé.