A vivência e a reinvenção da África Central bantu na religião de matriz africana em Itapecerica da Serra(SP) e em Maricá(RJ): candomblé Congo Angola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Tomba, Justes Axel Samba lattes
Orientador(a): Pereira, Luena Nascimento Nunes lattes
Banca de defesa: Pereira, Luena Nascimento Nunes lattes, Machado, Carly, Batista, José Renato
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11537
Resumo: O tema de pesquisa antropológica desta dissertação trata de dois aspetos fundamentais dos dois terreiros pesquisados do Candomblé Congo Angola, que são os terreiros de Inzo Tumbansi de Itapecerica da Serra(SP) e de Inzo Tumbansi Mundele Anga ia Nkosi e Nlemba de Maricá (RJ). O primeiro aspecto é a vivência nos terreiros pesquisados. Aqui trata-se do cotidiano, da experiência, do modo de vida desses terreiros. É mostrar que a vivência é o espelho dos terreiros do Candomblé Congo Angola, pois esta última é uma religião que pratica-se, vive-se cotidianamente, é um modo de vida dos povos de santos angoleiros com seus Nkisi ou divindades. O povo de santo angoleiro indo a um terreiro, vai para uma casa de família, de anciões e irmãos, onde convive com demais pessoas de santo, com os Tat’etu (pais) ou Mam’etu (mãe) de santo, e onde aprende-se vários aspetos da religião, através das kizoombas ou cultos ou da iniciação como tal, de diferentes atividades, tarefas, conversas cotidianas feitas. Aliás, trata-se de mostrar nesse primeiro aspecto desta pesquisa, que essa vivência ou modo de vida das casas de santo não é padronizado ou universal para todos os terreiros do Candomblé Congo Angola, nem menos para cada casa de matriz Congo Angola. Mas é uma vivência singular de cada terreiro. Embora que haja semelhanças nas algumas práticas sociais entre terreiros. O segundo aspecto que trata dessa pesquisa da dissertação, é a reafricanização ou reinvenção da África Central Contemporânea nos dois terreiros pesquisados. Aqui trata-se desse processo de rebantuização que começou nos anos 80 e 90 do século XX, no qual consiste de resgatar, recriar, fazer reexistir práticas e objetos ritualísticos de crenças centro africanos bantu atuais (da pré e pós escravidão africana), julgados necessárias pelas casas do Candomblé Congo Angola, para completar o quadro existente dos ritos nos terreiros. Assim essa reinvenção da África Central Contemporânea faz-se entre outras ferramentas, pelas máscaras (Mukangues ou Mukangas), pela representação nos barracões, dos tecidos de cores das bandeiras dos países centro-africanos bantu, antigos territórios de onde vieram a maioria dos Bantu do Brasil e suas crenças. Essa reinvenção faz-se também pelo Nkisi Nkondi, pela aprendizagem e reaprendizagem das línguas bantu mais usadas no Candomblé Congo Angola (kikongo e kimbundu) através de vaivéns entre Brasil e África Central, e através de reprodução das realidades centro africanas, copiadas pelos meios de comunicação, sem precisar viajar para África Central. Além disso, essa aprendizagem e reaprendizagem dessas línguas bantu no âmbito dessa reinvenção da África Central Contemporânea, faz-se também pelo apoio do pesquisador Centro-Africano nos terreiros, nessa volta de potência dessas línguas litúrgicas do Candomblé Congo Angola