Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Hotimsky, Sonia Nussenzweig |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-14112007-082030/
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Resumo: |
Esta tese consiste em uma análise da formação em obstetrícia durante a graduação em medicina, baseada em pesquisa etnográfica realizada em duas escolas conceituadas. Objetivou-se estudar o modo como se articulam a competência técnica e científica e o cuidado ou relação com a paciente no ensino teórico e prático da assistência ao parto. As técnicas utilizadas na coleta de dados foram: observação participante, entrevistas semi-estruturadas e, de modo complementar, a análise de livros-texto e protocolos assistenciais. O trabalho abrangeu uma caracterização das propostas curriculares e um exame da experiência dos alunos quanto ao ensino teórico e prático, incluindo sua supervisão nas diversas atividades assistenciais. Ênfase maior recai sobre o desenvolvimento de conhecimentos científicos na formação. Mesmo no internato ênfase é colocada na aprendizagem da construção e encenação de narrativas clínicas, privilegiando-se a transmissão oral do conhecimento e a memória em relação ao registro escrito e à consulta ao prontuário das pacientes. Pautado em parte por assim chamadas concepções \"clássicas\", que sustentam uma visão patológica da fisiologia do parto, o exercício da prática envolve condutas que têm sido questionadas a partir das evidencias científicas ou até abandonadas em outros contextos As decisões acerca das condutas ou tratamentos adotados não são compartilhadas com as mulheres atendidas que frequentemente não são consultadas ou sequer informadas à respeito. Por vezes juízos de valor também influenciam o julgamento clínico e a tomada de decisões médicas. Há poucos parâmetros para avaliar as atitudes dos alunos em sua interação com as pacientes. Nos serviços em que há maior interação entre alunos e pacientes, a supervisão é menor. Existem acordos informais entre os assistentes na divisão de plantões que se contrapõe aos organogramas formais dos serviços obstétricos vinculados as Faculdades de medicina pesquisadas. Esses acordos subordinam os objetivos institucionais da boa formação e assistência em obstetrícia aos interesses individuais e coletivos dos profissionais obstetras responsáveis pela supervisão do ensino. Componente do currículo oculto, esses acordos servem de modelo para outros envolvendo residentes e/ou alunos. Ao longo da formação dos estudantes de medicina, as interações entre os sujeitos em relação no exercício do ato médico contribuem de diversas maneiras para desqualificar a prática médica da obstetrícia como técnica moral-dependente. |