O quotidiano sublinhado pela violência obstétrica na formação de médicos e enfermeiros residentes em obstetrícia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Jardim, Danúbia Mariane Barbosa
Orientador(a): Modena, Celina Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40140
Resumo: Esse estudo teve por objetivo compreender o fenômeno da violência obstétrica e suas implicações no contexto de formação dos residentes de obstetrícia em um hospital de ensino do município de Belo Horizonte, Minas Gerais. Para o alcance da proposta foi utilizada a metodologia do estudo de caso de natureza qualitativa fundamentado nas noções propostas por Michel Maffesoli para a escrita da Sociologia Compreensiva do Quotidiano. A pesquisa foi realizada em uma maternidade titulada como hospital de ensino possuindo os Programas de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia e em Enfermagem Obstétrica. Na coleta de dados utilizaram-se as técnicas da observação participante, grupo focal e entrevista incluindo um total de vinte e cinco residentes participantes. A imersão e compreensão dos dados ocorreram mediante a técnica de Análise de Conteúdo. A estrutura da tese foi organizada em capítulos sendo nos dois primeiros apresentados uma revisão integrativa que propôs descrever as principais características elencadas ao fenômeno, seguido de um capitulo dedicado à exploração do arcabouço legal sustentador das discussões atuais que contemplam a violência obstétrica. As revelações dos elementos encontrados na observação participante compuseram um capítulo em que se discute o contexto da unidade caso revelando o quotidiano dos residentes e as interfaces com a violência obstétrica. No que tange aos dados revelados do grupo focal e nas entrevistas foram constituídas quatro categorias assim dispostas: Primeira categoria, “Minha concepção, nossas concepções: os diálogos e as significações atribuídas à violência obstétrica pelos residentes”, são conhecidas as concepções que os residentes atribuíram para a violência obstétrica, explicitando as possíveis explicações para a sua ocorrência no cenário assistencial. Na segunda categoria, “Violência Obstétrica na unidade caso: convergências e divergência desveladas pelos residentes”, é retratada a vivência da violência obstétrica no quotidiano da unidade caso. Na terceira categoria, “Bem-vindo à residência: os encontros quotidianos com os diferentes contornos da violência durante a formação”, são expressos os principais desafios vivenciados pelos residentes durante o processo de ensino aprendizagem que perpassam pelos atos de violência em que se alternam atores, sujeitos violados e violentados. Na quarta categoria, “Resistir para persistir: as estratégias utilizadas para o enfrentamento quotidiano dos atos permeados pela violência no processo de ensino”, são apontadas as estratégias construídas pelos residentes para resistir aos desafios e as adversidades quotidianas impostas pelos atos de violência existentes durante o processo de formação. O texto é finalizado com os principais apontamentos revelados na pesquisa que vislumbram a estruturação da assistência as mulheres de forma respeitosa, ética, humana e livre de violência. Que verdadeiramente olhe para as singularidades vividas na experiência da parturição compondo instantes eternos, num constante movimento de reescrita da existência e de ressignificação do ser e do fazer societal.