Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Bárbara Muniz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-06022025-134451/
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Resumo: |
A análise da cobertura sobre desmatamento da Amazônia do jornal o Estado de S. Paulo entre 2012 e 2019 pretendeu discutir o problema em um período que abrange o menor índice de devastação até a retomada desse processo em ritmo intenso. Neste período, o país teve três ocupantes na presidência da República (Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro) com visões distintas sobre a Amazônia. As reportagens publicadas, disponíveis no acervo on-line do jornal, foram objeto de análise textual pelo software Iramuteq, que usa linguagem de programação R e combina uma análise quantitativa e qualitativa, buscando identificar diferenças de abordagem conforme o período e o governo. A análise de conteúdo comprovou as hipóteses de que houve uma mudança no foco das reportagens, que se tornaram menos declaratórias e mais analíticas e passaram a abordar a complexidade do tema de maneira interdisciplinar, aumentando, por exemplo, a variação de fontes qualificadas que discutiram dados de órgãos de pesquisa, como o Prodes, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Também pudemos observar que a cobertura se deslocou do problema (o desmatamento) para as consequências (as emissões de carbono e as mudanças climáticas), passando pela discussão de soluções (sociobioeconomia) ao mesmo tempo que passou a se preocupar mais em educar o leitor a respeito do funcionamento dos sistemas de monitoramento de desmate via satélite, qualificando-o para participar do debate público sobre o tema. A responsabilização pelo desmatamento que o jornal começa a atribuir a Dilma Roussef de forma sutil em 2014 é a principal mudança ao longo dos anos. Em 2019, Jair Bolsonaro é responsabilizado não apenas por não combater o desmate, mas por instituir políticas que contribuíram para a alta do desmatamento. Nesse processo, o jornal manteve o princípio do equilíbrio ao publicar visões negacionistas de atores envolvidos com a Amazônia, mas usou especialistas que rebateram as declarações usando dados que são consenso científico. Por fim, a cobertura do jornal durante esses anos demonstra a importância de se monitorar as políticas públicas e os impactos das decisões tomadas, buscando garantir a manutenção da vida atualmente no planeta e a proteção da Amazônia para as futuras gerações. |