O discurso pedagógico na modernidade: uma escuta psicanalítica do emprego de slogans e jargões no contexto escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Siqueira, Flávia Zanni
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-22112012-131317/
Resumo: Nesta pesquisa, propomos um exame do discurso pedagógico e de seus recursos linguísticos constituintes (sloganse jargões), desde sua formulaçãopela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, até a atribuição de sentido prático numa unidade da rede estadual, feita por seus agentes educativos (professores, coordenadores, diretores). Nosso intuito é compreender os modos de adesão desses agentes ao discurso oficial, em seus aspectos de conformidade e de resistência. No que diz respeito à autoridade pública,interessam-nos os documentos referentes àproposta curricular de São Paulo(vigentesdesde 2008), entendidos como representantes concretos da política públicaeducacional do Estado. Em sua configuração particular, importa-nos a construção de propostas de ação, apreendidas a partir do discurso dos agentes de uma escola, em reuniões de equipe (Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo HTPC).Para tanto, propomos analisar o material divulgado pelo órgão do Estado e os dados da pesquisa de campo à luz dos escritos freudianos acerca dos mecanismos psíquicos de funcionamento de grupos e das contribuições lacanianassobre ateoria dos discursos, procurando evidenciar as características da circulação e da reprodução dos discursos pedagógicos e de seus recursos linguísticos.A partir de sua teoria da libido, Freud (1921)propôsque um grupo é constituído por dois tipos de laços libidinais: os estabelecidos com um líder e osestabelecidos entre os membros. Nessa perspectiva, profissionais da educação, em seus contextos locais, podem ser estudados como grupos cujos membros fundam laços libidinais entre si e em relação a ideais educacionais comuns. A hipótese deste trabalho é ade que a possibilidade desses ideais serem comuns a todo o grupo é facilitada pelo uso dos recursos linguísticos, de maneira que eles cumprem tanto um papel unificador na dinâmica das relações cotidianas quanto uma função ideológica.