Moscou, Washington, Nova Delhi e os legados da colonialidade na Astropolítica: uma análise da geopolítica do espaço sideral a partir da segunda metade do século XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Laranjeiras, Leandro H.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-13062024-191146/
Resumo: Pretendendo preencher a lacuna sobre os estudos críticos da Astropolítica nas Relações Internacionais, esta dissertação evidencia uma leitura pós-colonial/decolonial das narrativas epistêmicas, normativas e discursivas da Astropolítica e visa a responder à pergunta: a Astropolítica perpetrou regimes de saber/poder com base em um modelo civilizacional ocidental, que foi assimilado por atores que tradicionalmente ocupam uma posição não-ocidental na geopolítica global? Para responder a essa pergunta, o presente trabalho parte de três acepções: (i) A Astropolítica, enquanto área da Ciência Política e das Relações Internacionais que busca compreender a exploração do espaço exterior/sideral a partir da geopolítica e dos estudos estratégicos, perpetra o epistemicídio em cumplicidade com o projeto colonial ao valorizar visões euro-estadunidenses que se pretendem universais e silenciar/inferiorizar saberes e cosmologias não-tradicionais. (ii) O Direito Espacial é fundado no sistema moderno/colonial, enrijecido e manipulado pela matriz colonial de poder do sistema-mundo euro-estadunidense / capitalista / moderno / colonial / ocidental / cristão / patriarcal que normatiza e normaliza formas apropriadas de comportamento e compreensão do espaço exterior. (iii) Os discursos narrativos orquestrados por atores políticos e organizações internacionais ocidentais a partir da Guerra Fria reiteraram o espaço sideral como um ambiente a ser explorado, conquistado e colonizado, alinhado a um ideal civilizacional que aspira ser alcançado por nações não-ocidentais, como a Índia e a União Soviética/Rússia. A dissertação assume a interdisciplinaridade como reflexão crítica, recorrendo às leituras das Relações Internacionais, da Ciência Política, do Direito Internacional, da História e da Filosofia da Tecnologia, para formular um aparato teórico/conceitual e aplicá-lo na análise das narrativas de documentos jurídicos, materiais jornalísticos e de discursos proferidos por chefes de Estado, através do ferramental metodológico da narrativa enquanto uma \"teoria-método\".