Os escribas e a cultura mnemônica: status e intermediação de práticas culturais no reino médio egípcio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ramos, Érika Rodrigues de Maynart
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-14022019-102720/
Resumo: Durante o Reino Médio (c. 2040 1650 a.C), os escribas se autorreferenciaram como um grupo que não servia apenas aos interesses administrativos, mas também à demanda por um meio culto e educado da sociedade. Através deles, circulariam a propaganda real e doutrinação peculiares ao programa cultural daquele período para garantir a lealdade aos faraós. Entretanto, esse foi só mais um dos muitos aspectos e usos da literatura naquele contexto. O enaltecimento da realeza foi combinado ao caráter moralizador e à autorreferência do ofício dos escribas que compuseram os textos exortativos. Conhecidos como instruções, os textos literários em questão traziam referências da cultura oral egípcia que afirmava valores considerados positivos para a vida em sociedade e para o bom desenvolvimento do indivíduo. Mas também tratavam das tensões vividas em questões políticas e socioculturais. A escritura dos textos disseminou na memória cultural da sociedade egípcia referenciais identitários dos escribas que foram transmitidos através de gerações. A articulação entre manutenção das tradições da sociedade e a disseminação dos novos ideais régios se deu pela agência dos escribas, contribuindo para a atualização do seu status.