Uma teoria linguístico-psicológica da significação para a psicanálise

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Ismerim, Augusto
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Cognitive linguistics; Lacan; Linguística cognitiva; Meaning; Psicanálise; Psychoanalysis; Semântica; Semantics; Significado
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-06082024-125526/

A significação é parte constitutiva dos fenômenos abordados pela psicanálise, mas sua teorização é desafiadora. Há um déficit na teoria psicanalítica do significado, que se explica em parte pela falta de diálogos recentes com a linguística. Uma teoria do significado é necessária em psicanálise para descrever o uso clínico da linguagem, pois o analista tanto discerne relações semânticas no discurso do sujeito quanto visa produzir efeitos de sentido transformativos por meio de suas intervenções. A teoria da linguagem lacaniana aproximou a psicanálise da linguística e trouxe contribuições fundamentais ao debate, mas construiu críticas à significação que acabaram por contribuir para o aprofundamento do problema. Desenvolvemos uma análise sistemática da teoria da linguagem de Lacan, identificando na proposta da incompletude do significável uma contribuição central. Paralelamente, mapeamos suas flutuações teóricas, como a oscilação do significante entre o formal e o conceitual e a instabilidade de sua noção de significado; mostrando que a significação linguística não pode ser excluída de sua psicanálise. Avançando no problema, buscamos uma teoria semântica capaz de contribuir à lacuna teórica e clínica da significação em psicanálise. Uma retomada histórica permite compreender os desafios inerentes às concepções estruturais do significado e a relevância da proposta contemporânea da semântica cognitiva. Essa teoria linguístico-psicológica da significação se revela como uma possível solução para o desafio de explicitar o procedimento clínico psicanalítico, e como um potencial caminho para renovação epistemológica da psicanálise e para sua defesa no quadro amplo das ciências.