Análise dos retornos dos fundos multimercados por meio de séries temporais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Amaral, Tânia Raquel dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-24102023-161237/
Resumo: O estudo abrange o período de janeiro 2009 a dezembro de 2019 e objetivou principalmente obter resultados preditivos dos retornos dos fundos multimercados por meio de séries temporais. Os objetivos específicos foram: (i) identificar as características dos fundos multimercados na indústria brasileira de fundos e analisar o risco e retorno; (ii) identificar o estilo predominante dos fundos multimercado no período estudado; (iii) analisar se fundos multimercados geram alfa no período estudado e (iv) agrupar os fundos multimercados considerando a volatilidade, alfa e o estilo de gestão. A pesquisa em fundos multimercados justifica-se pela magnitude dos recursos administrados e utilidade, do ponto de vista do investidor, que tem a possibilidade de investir em um instrumento financeiro que pode utilizar diferentes estratégias de gestão. A pesquisa foi constituída de 19.781 fundos ao longo do período, e os 1.099 fundos que sobreviveram todo o período constituem uma amostra com 132 observações completas. Para prever os retornos futuros dos fundos multimercados, foi utilizada a análise de séries temporais por meio do modelo ARIMA e foram comparados os resultados obtidos por meio dos erros de previsão gerados. A base de dados foi separada em treino (janeiro de 2009 a junho de 2019) e teste (julho de 2019 a dezembro de 2019). A avaliação da qualidade dos modelos foi realizada por meio do indicador MAPE (mean absolute percentage error). Notou-se que 25% dos modelos apresentaram erro (MAPE) menor que 78%. O modelo conseguiu predizer com certa precisão o retorno dos fundos multimercados. O estudo também analisou os fundos pertencentes aos clusters com maior volatilidade e maiores alfas: notou-se que, quanto mais volátil for o fundo, maior o erro e menor acerto de predição. Com relação a classificação, os fundos com os dez menores erros (MAPE), 69% deles pertencem a classificação ANBIMA Multimercado Livre, 16% Juros e Moedas, 6% Estratégia Específica, e 4% são classificados como classificações variadas. Comparando os fundos que cobram taxa de performance e os menores MAPEs, notou-se que houve maior dificuldade de previsão para fundos que cobram taxa de performance. A amostra (1. 099 fundos) apresentou retorno acima da taxa DI e um risco menor que o do mercado em média. Os fundos que sobreviveram todo o período tiveram um retorno médio de 0,90 contra uma taxa DI no mesmo período de 0,79. Comparando o desvio padrão dos retornos dos fundos contra a proxy Ibovespa, escolhida para representar o mercado, encontrou-se um desvio padrão de 1,54, abaixo do mercado que ficou em 4,58. A Análise de Estilo de Sharpe utilizou sete variáveis macroeconômicas e foi encontrado como estilo predominante o mercado de juros, representado pela taxa DI e o índice IMA-B 5. Constatou-se que os fundos multimercados que não possuem um estilo definido, que são administrados pelo grupo dos \"Demais\" (não estão entre os dez bancos brasileiros que possuem maior parcela em ativos e depósitos) e que cobram taxa de performance apresentaram os maiores alfas significativos positivos (>0).