Estratégias para apoiar profissionais de saúde na condição de segunda vítima: uma revisão de escopo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Quadrado, Ellen Regina Sevilla
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7140/tde-09122019-143850/
Resumo: Introdução: A segurança do paciente pode ser contextualizada e discutida sob distintas vertentes do conhecimento, tendo como cerne uma assistência segura e de qualidade. Todavia, os erros e os eventos adversos estão presentes no ambiente do cuidado, e os profissionais de saúde são suscetíveis às falhas, que podem causar danos ao paciente/família, ao trabalhador e à organização de saúde. Objetivo: Analisar o conhecimento produzido acerca das estratégias destinadas a promover apoio aos profissionais de saúde na condição de segunda vítima. Método: Trata-se de uma revisão de escopo baseada no modelo do Joanna Briggs Institute; para a coleta de dados, realizou-se um levantamento bibliográfico em portais, bases de dados, diretórios e buscadores acadêmicos, totalizando 20 sítios de busca, compreendendo a produção entre janeiro de 2000 e junho de 2017, nos idiomas inglês, português e espanhol. A amostra correspondeu a 41 estudos. Os dados foram coletados no período entre 30 de novembro de 2017 e 11 de janeiro de 2018, por meio de um formulário. Para a seleção do material, empregou-se o diagrama de fluxo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses, contando com a participação de dois revisores independentes para análise e seleção dos documentos a serem incluídos nesta pesquisa. Os achados extraídos foram sumarizados e analisados, de acordo com a estatística descritiva e a síntese narrativa. Resultados: Os estudos evidenciaram que 41 (100%) eram de âmbito internacional; 36 (87,8%) encontravam-se no idioma inglês, 20 (48,8%) foram oriundos de pesquisa secundária, 19 (46,3%) de primária e 2 (4,9%) relatos de experiência. A abordagem quantitativa predominou nos estudos primários e nos secundários, a maior parte foi de conteúdo teórico-reflexivo. No que tange às estratégias de apoio, estas foram agrupadas nas categorias: programas e serviços, ferramentas, guias e intervenções/ações. A maior parte dos estudos referiu o emprego dos programas/serviços como o forYOU, o Medically Induced Trauma Support Services e o Resilience in Stressful Events e das intervenções e ações representadas, sobretudo, pelo diálogo com os pares, familiares, amigos e gestores. Relativo aos sentimentos experienciados pelos profissionais de saúde, os estudos abordaram, majoritariamente, culpa, tristeza, vergonha, medo, frustração, ansiedade, insegurança, com repercussão na vida pessoal e profissional. Conclusões: Esta pesquisa propiciou identificar as estratégias destinadas a apoiar as segundas vítimas no contexto das organizações e reconhecer a multidimensionalidade de elementos que envolvem os profissionais de saúde nesta condição. Outrossim, foi possível constatar a inexistência de estudos no cenário nacional, tornando-se imperativo investigar, discutir, refletir e conhecer a dimensão do fenômeno segunda vítima junto aos trabalhadores e gestores nos serviços de saúde, bem como aos órgãos formadores e entidades de classe.