O cinema brasileiro como ferramenta do político: ancoragens, engates e redes de ruídos em obras de 2012 a 2018

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sousa, Eduardo Paschoal de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-13092022-151547/
Resumo: Esta tese tem como objetivo analisar a presença do político e do social no cinema brasileiro recente, de 2012 a 2018. Considera, para isso, três dimensões das obras: sua produção, com o aumento das políticas públicas de financiamento à atividade audiovisual nos últimos anos; as temáticas recorrentes do período, ao retratar o político e o social por meio das intimidades; e a circulação, na maneira como as mudanças sociais e políticas do país impactaram também na organização do espaço público e, consequentemente, na recepção das obras no período. Para isso, o estudo propõe três operadores teóricos e metodológicos: o primeiro deles, a ancoragem, mapeia o contato da obra com seu contexto de circulação, e como as mudanças políticas do espaço público modificam também a maneira como alguns dos filmes são recebidos. O segundo, o engate, vai em direção complementar, do público ao filme, buscando compreender quais pontos de contato e de identificação são acionados entre os longas-metragens e suas audiências. O terceiro, a rede de ruídos, foi construído ao abordar o conjunto crítico dos objetos audiovisuais, as comunidades que mobilizam e as interpretações muitas vezes em conflito em suas circulações. O mapeamento de uma série relevante de obras nos conduziu à percepção de que há um processo de mediação e midiatização dos filmes que faz com que o cinema chegue a outras mídias e a uma ampla esfera crítica. Como hipótese, essas reverberações nos levaram a considerar os objetos audiovisuais como ferramentas do político nos debates que ocorrem no espaço público. Para isso, nos propusemos a olhar mais atentamente para quatro longasmetragens: Praia do Futuro (Karim Aïnouz, 2014), Que horas ela volta? (Anna Muylaert, 2015), Aquarius (Kleber Mendonça Filho, 2016) e Vazante (Daniela Thomas, 2017). A partir deles e de suas repercussões, observamos os filmes como objetos culturais em constante disputa, em diálogo com seus contextos e seus públicos.