Agostinho e os maniqueus: análise a partir \'das duas almas\'

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Fujisaka, Daniel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-21012015-192154/
Resumo: Pretendemos demonstrar como Agostinho reconduz a questão gnóstico-maniqueia das duas almas para o campo da interioridade humana, associando vida e alma como bens compreendidos pelo intelecto e, consequentemente, irredutivelmente verdadeiros. Na primeira parte da dissertação, buscamos os traços da questão no livro III das Confissões, parágrafos 1,1 à 6,12, em duplo interesse quanto a noção de pecado: primeiro, como ser ou ausência de ser, defectus da vontade individual; em seguida, como miséria - herança de uma impotência dejá lá e sintoma de uma situação de dessemelhança (regio dissimilitunis). Essa dupla visada tem o intuito de verificar possibilidades de assimilação e afastamento da gnose-maniqueia, a fim de que possamos seguir os argumentos filósofo de Hipona no enfrentamento do problema da existência da alma má em um tratado de 392, Sobre as Duas Almas (De duabus animabus) segunda parte de nosso trabalho. Nessa obra, o bispo procura derruir o dogma maniqueu a partir da alma como primeira consideração (cogito cf. tríade ser-vida-intelecto); atribui-lhe natureza intermediária entre sensíveis e inteligíveis e livre determinação de si pela atividade de valorar os bens que a cerca. Consequentemente, a alma tem a missão de julgar os valores das naturezas apreendidas e organizá-las internamente segundo a via de percepção própria: sensível ou inteligível. Ora, esse procedimento é volitivo, então Agostinho descobre a absoluta indeterminação interior da vontade como único elemento do móbile humano e convoca a teoria das partes da alma, segundo a tradição neoplatônica, para redefinir o 7 alcance da parte intelectiva da alma a partir de sua experiência de falibilidade pessoal. Ao final, o esforço de reconhecer ontologicamente a alma como incorporeamente una momento em que pecado é definido como estado negativo de ser -, deve considerar a cisão original e supra individual: um involuntário instalado no seio do voluntário. Reintroduzse a questão das duas almas no plano geral da filosofia do bispo, em registro notoriamente distinto: interioridade e confissão