Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Brigante, Tamires Amabile Valim |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60134/tde-04092019-143634/
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Resumo: |
O canabidiol (CBD) é um composto encontrado na espécie Cannabis sativa que já teve sua eficácia reconhecida para o tratamento de epilepsia grave, além de atualmente ser estudado para o tratamento de diversas doenças do sistema nervoso. Medicamentos à base de canabidiol já são utilizados em diversos países. No Brasil, a liberação tem sido discutida e com importantes avanços desde 2014. A Ayahuasca é um chá psicoativo originário da Amazônia, amplamente utilizado por tribos indígenas e seitas religiosas. A Ayahuasca tem sido recentemente estudada por seu amplo potencial terapêutico para tratar distúrbios psiquiátricos, como ansiedade, depressão, vícios em drogas de abuso e doenças degenerativas. Dentro deste contexto, para garantir a segurança da população que poderá fazer uso dessas substâncias é essencial que estudos de toxicidade sejam realizados. Para avaliar a toxicidade intrínseca das substâncias foram realizados ensaios de neurotoxicidade e teratogenicidade. O organismo-teste utilizado para estes ensaios foi o zebrafish devido a diversas vantagens apresentadas por este organismo, sendo as principais delas, a transparência do córion e da larva que permite a observação das estruturas internas, e a semelhança do código genético com de mamíferos. Desta forma, o presente trabalho visa fornecer subsídios para a avaliação da segurança do CBD, de um derivado sintético de CBD e ayahuasca, por meio da avaliação de toxicidade utilizando abordagens diferentes empregando embriões de zebrafish. A acetilcolinesterase (AChE) é uma enzima envolvida nas vias de neurotransmissão sináptica. Sua atividade tem sido amplamente utilizada como biomarcador em estudos de neurotoxicidade. A AChE é expressa cedo em zebrafish, desde o estágio embrionário. Neste trabalho, a atividade da AChE foi avaliada pelo teste de Ellman adaptado para microplaca. Um planejamento experimental foi utilizado para otimizar o preparo de amostra para essa análise. DanioScope é um software que permite avaliar alterações morfológicas e comportamentais precoces no zebrafish. O uso deste software no laboratório foi implementado e padronizado pelo desenvolvimento deste trabalho. Nenhuma malformação foi observada na análise morfológica de embriões expostos a todas as concentrações testadas de CBD e derivado sintético de CBD. No entanto, houve atraso na eclosão após exposição ao CBD (EC50 = 754 ?g/L) e após a exposição ao derivado sintético do CBD (EC 50 = 776 ?g/L). Além disso, a exposição a estes canabinóides resultou em aumento da atividade motora em 24 hpf com LOEC para a exposição ao CBD de 20 ?g/L e ao derivado sintético do CBD, LOEC de 70 ?g/L). Esta diferença encontrada na atividade motora não se mantes nos demais períodos avaliados. Os embriões expostos ao CBD não apresentaram diferenças na atividade da acetilcolinesterase. A exposição à Ayahuasca na maior concentração testada (1000 ppm) resultou em redução da taxa de embriões com bexiga natatória inflada (<10%). Além disso, esta concentração de ayahuasca afetou o desenvolvimento dos olhos já que a medida da área dos olhos mostrou-se reduzida nos embriões expstos à esta concentração. Em menores concentrações, a exposição à ayahuasca não alterou o desenvolvimento dos embriões no período testado. |