A associação da cardiotocografia intraparto com a Dopplervelocimetria fetal aumenta a capacidade preditiva de resultados adversos perinatais?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Assis, Ligia Patrizzi Bassoli de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-03012023-125215/
Resumo: Introdução: Hipóxia é causa relevante de morbimortalidade perinatal, tanto pela prematuridade eletiva que desencadeia quanto por lesões no período fetal. O trabalho de parto (TP) é um fator de risco para essa intercorrência e por isso, o feto precisa de cuidado apropriado nesse período. O método utilizado para vigilância é a monitorização eletrônica (ME) da frequência cardíaca fetal (FCF), entretanto, com baixo valor preditivo positivo para acidose perinatal. O acréscimo de fatores maternos, do TP e parto e da ultrassonografia (US) anteparto à ME pode aumentar a identificação do feto de risco para parto cesárea (CS) e/ou morbidade neonatal. Objetivos: verificar a associação entre variáveis maternas, obstétricas e dos métodos de avaliação de vitalidade fetal e CS por suspeita de comprometimento fetal intraparto (CFI) e morbidade neonatal total (MNT). Ainda, calcular um escore simplificado para estimar esses dois desfechos. Métodos: estudo retrospectivo que incluiu 825 gestantes internadas para indução do TP ou no início deste, cujos fetos foram avaliados pela US nas 72 horas prévias e monitorizados com ausculta eletrônica da FCF durante o TP. As associações entre as variáveis coletadas e os desfechos foram testadas com os testes Chi-quadrado, exato de Fisher e t-Student de acordo com suas características. As Odds Ratios (OR) ajustadas das variáveis foram estimadas usando o método de seleção stepwise backward com critério de entrada e saída de 5% para variáveis significativas com regressão logística múltipla. Resultados: 48,8% das CS ocorreram por suspeita de CFI e a incidência de MNT foi de 14,4%. Considerando o desfecho CS por suspeita de CFI, apenas parâmetros anormais da FCF se associaram a ele, tais como variabilidade anormal, acelerações ausentes durante movimentos fetais anteparto e intraparto, desacelerações tardias e ou variáveis e desacelerações recorrentes. O desfecho MNT se associou significativamente com idade gestacional e peso ao nascer, relação cerebroplacentária anteparto anormal, oligoidrâmnio e CS independente de sua indicação. Escores aditivos para ambos os desfechos foram calculados. Conclusão: Apesar de a ME ainda ser o método de escolha para vigilância fetal, no período anteparto e intraparto, nesse estudo, parâmetros anormais não aumentaram MNT. Por outro lado, parâmetros da FCF foram os únicos que se associaram à CS por suspeita de CFI. Sendo assim, esse estudo sugere que a ME da FCF deve ser avaliada com muita cautela para a indicação do parto e sua via, uma vez que a CS por si só aumenta MNT. A avaliação conjunta de variáveis deve ser utilizada para aumentar a predição de complicações perinatais, destacando o papel da ultrassonografia anteparto.