Os meia-cara: africanos livres em São Paulo no século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Bertin, Enidelce
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-05072007-120222/
Resumo: Este trabalho tem por objeto os africanos livres que estiveram sob custódia do Estado prestando serviços em estabelecimentos públicos da Província de São Paulo. Através deles objetiva-se a análise das vicissitudes das relações entre africanos livres e Estado, percebendo os diferentes significados da tutela para ambas as partes. Sendo conhecedores da singularidade de sua condição, os africanos livres colocaram-se diante das autoridades como indivíduos livres, o que se chocava frontalmente com a prática dos seus tutores. Para os administradores públicos, os africanos livres não deveriam estar à parte da lógica escravista, por isso toda a \"proteção\" que a tutela guardava relacionava-se com uma perspectiva de manutenção da escravidão. Procurando perscrutar a resistência cotidiana dos africanos livres ao domínio representado pela tutela, pudemos desvendar os intensos laços de solidariedade mantidos entre eles, bem como a preservação da memória de uma experiência histórica comum, muitas vezes alinhavada desde a travessia atlântica. Portanto, nossa abordagem está centrada no entendimento dos africanos livres como sujeitos históricos, inseridos nas relações escravistas e atuantes no sentido da resistência à escravização latente. Porque desconfiamos que a presença dos mesmos na sociedade escravista do oitocentos foi mais ativa e efetiva do que apontava o discurso dos administradores públicos, nosso desafio está na reconstituição da experiência vivida por eles. Ao focalizar essa população, portanto, objetiva-se uma análise de sua experiência histórica como trabalhadores tutelados nos estabelecimentos públicos de São Paulo.