De cassange, mina, benguela a gentio da Guiné: grupos étnicos e formação de identidades africanas na cidade de São Paulo (1800-1850)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Mattos, Regiane Augusto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06072007-120830/
Resumo: A reunião de africanos, escravos e libertos, em grupos étnicos foi uma das características das formas de organização e de sociabilidades dessa população em várias regiões do Brasil. A princípio, essas categorias étnicas foram criadas pelos indivíduos que lidavam com o comércio de escravos, quais sejam, traficantes, comerciantes e compradores, carregando consigo atributos físicos, morais e características culturais que tinham como objetivo facilitar o tráfico. Mais tarde, essa distinção étnica também foi incorporada pelos próprios africanos, escravos e libertos, como um elemento da sua própria organização. Esta dissertação tem por objetivo estudar o processo de redefinição dos grupos étnicos e a construção das identidades africanas em torno de alguns espaços de sociabilidade na cidade de São Paulo, durante a primeira metade do século XIX. Pretende-se discutir, baseando-se no conceito de grupo étnico elaborado pelo antropólogo Fredrik Barth, as formas de atribuição e de identificação desses grupos por agentes externos, como a Igreja Católica e os proprietários de escravos. Esse conceito também tem como pressuposto a incorporação pelos próprios africanos, que passaram a se identificar com esses grupos éticos, direcionando suas formas de organização e de sociabilidade, sobretudo por meio da associação em irmandades religiosas, reunião em batuques, capoeiras, danças. Essa identificação a determinados grupos levava em conta características que consideravam em comum como a língua, a ascendência e a visão de mundo. A intenção é perceber como a incorporação a determinados grupos étnicos direcionou as formas de organização, as manifestações de suas tradições por meio de aspectos culturais, a relação com os diferentes grupos étnicos e com outras camadas da sociedade