Caminhos para o Niassa: o estabelecimento da Universities Mission to Central Africa entre os wayao e manganja na África centro-oriental (1859-1886)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Folador, Thiago de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-10092019-161638/
Resumo: O objetivo da pesquisa foi estudar o projeto missionário da Universities Mission to Central Africa (UMCA) para o território e a população ao redor do Lago Niassa, notadamente os wayao e os manganja, na segunda metade do século XIX. A UMCA foi fundada pelas universidades de Cambridge e de Oxford, em 1859. O seu principal objetivo era atuar na região central da África, baseando-se no discurso da relação entre comércio e cristianismo. Esse projeto encontrou dificuldades de ser aplicado, em especial, pois os missionários não consideraram os contextos africanos. Os missionários precisaram a todo tempo negociar sua presença, confrontando com interesses particulares de lideranças e com contextos mais amplos, como o islamismo e as migrações anguni. Deste modo, nesta pesquisa, deu-se a atenção ao como se articularam as atividades da missão no seu aspecto mais cotidiano das negociações com chefes africanos: as tensões entre os interesses dos africanos, de um lado, e os dos europeus, do outro. Trata-se de observar como africanos articulavam seus interesses com a presença dos missionários. Para isso, foi necessário observar as dinâmicas das organizações políticas das sociedades africanas; a existência de um sistema cultural ou uma visão de mundo entre as populações africanas; além da necessidade de entender a existência de uma dinâmica histórica dessas regiões do continente e não meramente como produto da história da expansão europeia. Tendo isso em vista, é possível discutir como os wayao e os manganja procuraram articular seus próprios interesses como proteção contra saques, fornecimento de mercadorias ou prestígio social a partir da presença missionária.