Produção e plantio de mudas de gramíneas nativas para restauração de fisionomias abertas do Cerrado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Carolina Cardoso de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-01112023-171521/
Resumo: Gramíneas são plantas herbáceas da família Poaceae, fundamentais para manter a rica diversidade de espécies, a estrutura e o funcionamento de savanas e campos do bioma Cerrado. O aumento do desmatamento neste bioma aumenta também as preocupações quanto à sua restauração. Ações de restauração devem sempre resultar em ecossistemas autossustentáveis e resilientes, e para fisionomias abertas isso é desafiador, pois estas são frequentemente negligenciadas frente a florestas e hoje faltam técnicas eficientes para restaurá-las. Técnicas comuns para a restauração precisam ser adaptadas à diversidade de espécies requeridas por cada ecossistema, para recuperar sua biodiversidade e funções. O plantio de mudas e a semeadura direta são as técnicas mais usadas para restaurar ecossistemas degradados. Em fisionomias abertas, a semeadura direta é mais comum, porém o sucesso dessa técnica depende diretamente de sementes selvagens, recurso que pode ficar cada vez mais escasso com a perda de vegetação nativa. Para o uso sustentável de sementes na restauração, identificar parâmetros de qualidade é fundamental, pois estes auxiliam no planejamento do plantio e na precisão dos resultados. Além disso, a produção de mudas em ambiente protegido e com umidade e temperatura adequadas pode ser uma forma de garantir que cada semente viável se torne uma planta vigorosa. No entanto, o plantio de mudas de gramíneas ainda é incipiente. Nesta tese, investigamos 1) os padrões na qualidade de sementes de espécies de gramíneas nativas usadas na restauração do Cerrado, 2) a resposta de mudas de gramíneas nativas à fertilização em viveiro e como essa fertilização influencia o estabelecimento no campo e 3) como o estabelecimento de gramíneas no campo varia em relação à técnica de introdução, comparando a semeadura direta com o plantio de mudas com e sem fertilização em viveiro. Nossos resultados mostraram elevada ocorrência de sementes vazias nos lotes de gramíneas disponíveis para restauração, e que sementes intactas e bem formadas são prováveis de emergir. Esforços para redução de sementes vazias e malformadas em lotes pode trazer melhorias no estabelecimento após a semeadura. Vimos que gramíneas nativas frequentemente usadas na restauração do Cerrado crescem mais quando há adição de nutrientes no substrato de cultivo no viveiro, mas que isso não influencia o estabelecimento após o plantio no campo, que é muito mais explicado por espécies do que pelos atributos alterados pela fertilização das mudas. Já o estabelecimento de gramíneas por mudas ou sementes tiveram sobrevivência similar, no entanto, o recrutamento com a semeadura é abaixo do potencial que as sementes apresentam. Gramíneas introduzidas por mudas alcançaram maior tamanho que as semeadas, e espécies precoces iniciaram a reprodução já no primeiro ano após o plantio, deixando regenerantes no entorno. Para concluir, ressaltamos aqui a importância do conhecimento sobre a fenologia reprodutiva, o hábito de crescimento e as respostas a variações ambientais intrínsecas a espécies para o aprimoramento de técnicas para reintrodução de gramíneas nativas do Cerrado. Esperamos que estes estudos contribuam para o uso estratégico de espécies e técnicas, integrando esforços para que a estrutura e funcionamento do Cerrado sejam recuperados eficientemente.