Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Komatsu, André Vilela |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-16072019-155435/
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Resumo: |
A presente tese buscou identificar os fatores proximais mais relevantes que afetam o desenvolvimento do comportamento violento na adolescência. Por meio de revisões sistemáticas e metanalíticas da literatura, o presente estudo identificou que os seguintes fatores de risco: exposição a eventos estressores, histórico de conduta violenta, fracasso em intervenções anteriores, baixo autocontrole, traços de psicopatia, emotividade negativa, transtornos de saúde mental específicos e de abuso de substâncias, pares infratores e envolvimento em gangues, isolamento social e inabilidade parental. Em relação aos fatores protetores, a revisão indicou que os fatores proximais mais relevantes consistem em: autocontrole, empatia, inteligência, atitudes positivas frente a figuras de autoridade e a intervenções, comprometimento com a escola ou ao trabalho, apoio social e vínculo com adultos pró-sociais. Na parte empírica dessa tese, objetivou-se identificar os principais fatores associados à conduta violenta em adolescentes em conflito com a lei brasileira e testar a capacidade preditiva desses fatores. Participaram 118 adolescentes do sexo masculino entre 15 e 19 anos que cumpriam medida socioeducativa no município de Ribeirão Preto SP, dos quais 78 foram entrevistados em um segundo momento (T2), 18 meses após a primeira entrevista (T1). Os adolescentes completaram o Questionário sobre Comportamentos Juvenis (QCJ) e o Inventário de Jesness Revisado Brasileiro (IJ-R-Br) no T1 e no T2, e foram testados nos testes de Stroop Victoria (TS-V) e das Torres de Londres (TOL) somente no T2. Adicionalmente, foram levantados os históricos de boletins de ocorrência dos adolescentes junto ao fórum da cidade. Os adolescentes foram divididos em grupos Violento (GV) e não violento (GNV) e comparados nas escalas psicossociais do QCJ, nas escalas de personalidade do IJ-R-Br e nos testes TS-V e TOL. Posteriormente, 70% da amostra foi utilizada para a construção de dois modelos para testar o poder preditivo para o envolvimento em condutas violentas de forma retrospectiva nos 30% dos adolescentes que não participaram da construção dos modelos. Adolescentes infratores com trajetória de conduta violenta apresentaram pior desempenho que adolescentes infratores sem trajetória de conduta violenta em variáveis dos domínios Pessoal (capacidade cognitiva, crenças, valores e aspectos de personalidade), Familiar (apego e supervisão parental), Escolar (desempenho acadêmico), Pares Infratores e Comunitário (percepção de violência). No T2, algumas dessas variáveis deixaram de produzir efeito. Em termos preditivos, o modelo 1 apresentou acurácia de 74% e o modelo 2 de 83%, destacando-se o poder preditivo das escalas do IJ-R-Br (Desadaptação Social e Transtorno de Conduta), do QCJ (Pares Infratores e Atraso Escolar) e especialmente do histórico de conduta violenta. Destaca-se que algumas variáveis impactam no desenvolvimento da conduta violenta especificamente na adolescência, reduzindo seu efeito no início da vida adulta, enquanto outras mantém seu efeito ao longo do tempo. E o fato de existirem indicadores que podem predizer o envolvimento em comportamentos violentos com boa acurácia traz contribuições para o conhecimento da realidade brasileira e também implicações para as políticas públicas e pesquisas futuras |