O contato materno pele a pele no alívio da dor em prematuros durante o teste do pezinho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Castral, Thaíla Corrêa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-22032007-103207/
Resumo: Avanços na medicina e o desenvolvimento tecnológico têm contribuído para o aumento na sobrevida dos prematuros, no entanto, em virtude da sofisticação dos recursos, um maior número de procedimentos invasivos se faz necessário, incluindo a dor como um custo à sobrevida desses pacientes. O objetivo deste estudo foi testar a efetividade do contato pele a pele na diminuição das respostas comportamentais e fisiológicas de dor no prematuro, durante a punção de calcâneo para coleta do Teste do Pezinho. Trata-se de um estudo analítico-experimental randomizado, realizado na unidade de cuidado intermediário neonatal de um hospital universitário de Ribeirão Preto - SP. A amostra constituiu-se de 59 prematuros submetidos à coleta do Teste do Pezinho, divididos aleatoriamente em dois grupos: experimental (n=31), submetido ao contato materno pele a pele por 15 minutos antes e durante todo o procedimento, e controle (n=28) cujos bebês eram mantidos no berço ou incubadora durante todo o procedimento. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição, e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi firmado com as mães ou responsáveis pelos prematuros. As variáveis comportamentais (mímica facial, estado de sono e vigília e choro) foram registradas continuamente pela filmagem por uma câmera durante a coleta de dados. A variável fisiológica (freqüência cardíaca) foi mensurada por um monitor cardíaco. A coleta foi dividida em sete períodos: basal, tratamento, antissepsia, punção, ordenha, compressão e recuperação. Como não se comprovou a normalidade das variáveis quantitativas, fez-se a comparação entre os dois grupos utilizando-se o teste não-paramétrico para duas amostras independentes, Mann-Whitney. Para as variáveis qualitativas, utilizou-se o Qui-Quadrado ou Teste Exato de Fisher. Na comparação dos resultados dos escores do Neonatal Facing Coding System (NFCS), do estado de sono e vigília e da média da freqüência cardíaca intra-sujeitos e entregrupos, utilizou-se a ANOVA com medidas repetidas. Nas comparações do NFCS entre os grupos, utilizou-se a ANCOVA e estratificação direta. Os valores médios do NFCS foram inferiores no grupo experimental em todos os períodos com diferença estatisticamente significativa nos períodos de punção e ordenha em comparação ao grupo controle, mesmo ao se controlar a idade corrigida, idade pós-natal, experiência prévia de dor e o sexo. O choro foi o estado de sono e vigília mais incidente na punção e ordenha em ambos os grupos, sendo que, na ordenha, os bebês do grupo controle permaneceram chorando em maior proporção do que no experimental (85,7 vs 58,1%). Na recuperação, 71,0% do grupo experimental estavam em sono profundo em comparação com 21,4% no controle. O tempo médio de choro diferiu significativamente entre os grupos, sendo maior no controle. Houve elevação da freqüência cardíaca como resposta ao procedimento, mas a diferença não foi estatisticamente significativa entregrupos, todavia no grupo experimental houve retorno próximo ao valor médio basal na recuperação; no controle manteve-se acima de 160 bpm da antissepsia à recuperação. Comprovou-se a efetividade do contato pele a pele no alívio da dor em prematuros, constituindo-se em medida simples e natural, sem custos adicionais, podendo ser aplicada em diversas situações de dor aguda.