Efeito do contato pele a pele imediato ao nascimento na reatividade à dor dos recém-nascidos durante a vacina contra Hepatite B

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Vivancos, Raquel Bosquim Zavanella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-19022009-141220/
Resumo: O contato pele a pele imediato entre mãe e recém-nascido (RN) constitui-se em procedimento indispensável no cuidado ao momento do nascimento, quando se trabalha sob o enfoque da humanização. Estudos atuais mencionam os efeitos proporcionados por esta terapêutica, no alívio da dor aguda em recém-nascidos (RN), porém, faz-se necessário estudar tais efeitos no momento do nascimento. O objetivo deste estudo é testar o efeito tardio do contato pele a pele ao nascer, no alívio à dor dos RN, durante a administração da vacina contra Hepatite B. Trata-se de estudo comparativo com delineamento quase-experimental. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da EERPUSP. Os RN pertenceram a dois grupos, sendo que, o grupo A permaneceu em contato pele a pele com sua mãe por 15 minutos após o nascimento, e, o grupo B, foi diretamente encaminhado ao berço aquecido. Manifestações comportamentais como estado de sono-vigília, NFCS adaptada, tempo de choro e reflexos de Moro, foram filmados nas fases pré-injeção, procedimento (anti-sepsia, punção, injeção e compressão) e recuperação. A freqüência cardíaca (FC) foi registrada desde a fase préinjeção até o final da recuperação. A normalidade das distribuições foi testada pelo teste Kolmogorov- Smirnov. Nas comparações dos scores da NFCS e FC utilizou-se ANOVA com medidas repetidas, possibilitando a análise intra e entre grupos. Para a variável estado de sono-vigília, na comparação entre os grupos, utilizou-se o teste Mann-Whitney. Na comparação intragrupos foi utilizado o teste de Friedman seguido de Wilcoxon para comparações múltiplas, com valor ajustado para o nível de significância, segundo número de comparações. Para variáveis categóricas foi utilizado o teste Quiquadrado. Na análise da NFCS não houve efeito estatisticamente significativo da interação grupos e fases do estudo (p=0,357). Tal efeito também não foi observado na análise entre grupos, considerandose todas as fases (p=0,298). Por outro lado, constatou-se efeito estatisticamente significativo na análise intragrupos, sendo que o valor médio da NFCS na fase de procedimento, diferiu das médias nas fases pré-injeção e recuperação (p=0,000), considerando os grupos como um todo. Com relação ao estado de sono-vigília, não foi constatada diferença estatisticamente significante entre os valores medianos dos grupos durantes as três fases (p=0,29; p=1,0; p=0,14). Na análise intragrupo houve diferença significativa entre as fases de pré-injeção e procedimento (p=0,000), bem como entre as fases de procedimento e recuperação (p=0,000). Quanto ao tempo de choro, os testes não mostraram significância estatística para as diferenças constatadas entre grupos para todas as fases (p=0,18; p= 0,57; p=0,51). O grupo A apresentou mais episódios de reflexos de Moro durante todas as fases, sendo tal diferença, significativa entre os grupos (p=0,02; p=0,04; p=0,01). Na análise da FC, os valores médios foram maiores no grupo A em todas as fases. Não houve diferença estatisticamente significativa da interação grupos e fase do estudo (p=0,933), na análise intragrupos (p=0,075) e entre grupos (p=0,332). Não foi constatado estatisticamente o efeito tardio do contato pele a pele, na diminuição dos indicadores comportamentais e fisiológico de reatividade à dor, durante a administração da vacina contra Hepatite B. No entanto, os resultados apontam o momento de contato como de intensa modulação comportamental para os RN. Separados das mães após o período de contato, os RN choraram mais, apresentaram maiores escores do NFCS, de FC e de reflexos de Moro, sendo os últimos, estatisticamente significativos. Desta forma, ainda que o tratamento estatístico não tenha encontrado diferenças entre os grupos, clinicamente foram observadas mais alterações comportamentais e fisiológica no grupo que esteve em contato, sendo em seguida retirado da mãe.