Estudo da metabolização do radiofármaco [11C](R)-PK11195 em plasma e seu potencial como marcador de inflamação tumoral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Aline Morais de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-20072021-164522/
Resumo: INTRODUÇÃO: Inflamação é um processo imunológico que pode ocorrer em diversas patologias, incluindo câncer. Os macrófagos associados a tumores são os principais mediadores de inflamação crônica na carcinogênese e desenvolvimento tumoral. A tomografia por emissão de pósitrons (PET) com [ 18F]FDG, que mede metabolismo glicolítico, é muito utilizado em estadiamento de tumores, contudo, não é específico para avaliação de infiltrado inflamatório. O radiofármaco [ 11C](R)-PK11195 apresenta especificidade para a proteína translocadora 18 kDa (TSPO), que é super expressa em casos de neuroinflamação, podendo ser uma opção também para inflamação tumoral. [ 11C](R)-PK11195 é metabolizado in vivo gerando dois metabólitos radioativos, e a determinação dos mesmos se faz necessária para correções na quantificação absoluta das imagens PET. OBJETIVO: Avaliar a metabolização do radiofármaco [11C](R)- PK11195 em plasma arterial humano e animal, bem como avaliar a utilização do [ 11C](R)-PK11195 como biomarcador inflamatório em microambiente tumoral mamário em modelo murino. MÉTODOS: Camundongos Balb/C, fêmeas, foram inoculados com células tumorais 4T1. Aos três dias, 1 e 2 semanas após a inoculação foram adquiridas imagens PET utilizando os radiofármacos [ 11C](R)-PK11195 e [ 18F]FDG. Após as aquisições das imagens os animais foram eutanasiados e os tumores isolados para análises por autorradiografia ou imuno-histoquímica para os marcadores de TSPO, CD86 (macrófago pró-inflamatório), CD206 (macrófago anti-inflamatório), CD11 (macrófago), OXPHOS (fosforilação oxidativa) e Hoechst (núcleo celular). As análises de metabólitos de [ 11C](R)-PK11195 foram realizadas por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) em plasma arterial de sujeitos saudáveis e pacientes com esclerose múltipla e, em ratos, nos tempos de 20, 45 e 60 minutos após injeção de [ 11C](R)- PK11195. Técnicas alternativas com Extração Líquido-Líquido e Extração em Fase Sólida também foram testadas. RESULTADOS: O pico de captação de [ 11C](R)- PK11195 ocorreu 1 semana após a inoculação, quando comparado aos tempos de 3 dias e 2 semanas. A captação tumoral máxima de [18F]FDG não apresentou diferença estatística entre os tempos. Os dados de autorradiografia e imuno-histoquímica corroboram com os dados das imagens de PET com [ 11C](R)-PK11195. A análise da metabolização de [ 11C](R)-PK11195 por CLAE em plasma humano revelou 68,8 ± 0,7% do traçador integro aos 20 minutos após a injeção, 55,0 ± 0,7 aos 45 minutos e 43,4 ± 0,7 aos 60 minutos. Análises que estratificaram gênero e quadro clínico - pacientes com esclerose múltipla e voluntários saudáveis - não apresentaram diferenças significativas em nenhum dos tempos amostrais. A comparação da metabolização de [ 11C](R)- PK11195 entre espécies também apresentou resultados similares. Os resultados de metabolização gerados com as técnicas alternativas não foram reprodutíveis quando comparados com os dados de CLAE. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem maior especificidade de [ 11C](R)-PK11195 por células inflamatórias no microambiente tumoral do que o [ 18F]FDG, principalmente em tumores de menor tamanho. A metabolização de [11C](R)-PK11195 ocorre com similaridade entre espécies, gêneros e condição clínica e a melhor técnica de análise é a CLAE.