Desfecho clínico em pacientes com derrame pleural neoplásico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Abrão, Fernando Conrado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-11062021-132043/
Resumo: A proposta foi reconhecer os fatores de risco de recorrência do derrame pleural maligno (DPM) em pacientes com derrame pleural maligno (DPM) sintomático. Métodos: Através de banco de dados prospectivamente organizado de casos com derrame pleural tratados em uma única instituição, foram realizadas duas análises separadamente. A primeira análise incluiu apenas pacientes com câncer de pulmão e a segunda análise contemplou pacientes portadores de câncer de diversos tipos sítios primários. Todos os pacientes com DPM submetidos a procedimentos paliativos foram incluídos em um estudo prospectivo. Em relação a primeira análise, o grupo I continha pacientes com recidiva pleural e o grupo II sem recidiva pleural. Os fatores prognósticos para recorrência pleural foram identificados por análise univariada, utilizando o teste exato de Fisher para variáveis categóricas e o teste t de Student para variáveis quantitativas. Posteriormente, as variáveis significativas foram inseridas em uma análise de regressão logística multivariável (com P < 0,05 considerado significativo). A curva ROC (receiver operating characteristics) determinou os pontos de corte para variáveis contínuas. Em relação a segunda análise, analisamos fatores prognósticos para recorrência pleural. Esta identificação foi feita através de análise univariada pelo método de Kaplan-Meier e o teste logrank foi utilizado para comparação entre as curvas. Modelos de regressão de Cox univariados e múltiplos foram utilizados para avaliar o risco (Hazard Risk ) de recorrência. A curva ROC (receiver operating characteristics) determinou os pontos de corte para variáveis contínuas. Resultados: em relação a nossa primeira análise, 82 pacientes foram incluídos na análise. Havia 15 pacientes (18,3%) no grupo I e 67 pacientes (81,7%) no grupo II. A análise univariada dos fatores que afetam a recorrência pós-operatória foi: concentração de adenosina desaminase no líquido pleural < 16 mg / dL (p = 0,04), concentração de albumina no líquido pleural < 2,4 mg / dL (p = 0,03), administração de quimioterapia paliativa de segunda linha ( p = 0,018) e tipo de procedimento [toracocentese] (p = 0,023). Na análise multivariável, apenas o tipo de procedimento (toracocentese) (p = 0,031) foi identificado como preditor independente de recorrência. Por outro lado, quando analisamos nosso segundo subgrupo de pacientes (pacientes de diversos sítios primários), 288 pacientes foram incluídos na amostra. A sobrevida livre de recorrência foi de 76,6% em 6 meses e 73,3% aos 12 meses. Fatores positivos na análise univariada associados à recorrência pós-operatória foram: concentração de linfócitos e plaquetas no sangue periférico, procedimento pleural, linhas de quimioterapia realizadas e número de metástases. Os fatores independentes para sobrevida livre de recorrência foram procedimento pleural e linhas de quimioterapia. Pacientes submetidos à pleurodese apresentaram fator de proteção para recidiva, com HR = 0,34 (IC 95%,0,15-0,74, p = 0,007). Por outro lado, os pacientes submetidos à 1ª e 2ª linha de TC paliativa apresentaram, respectivamente, um risco de recorrência maior, HR = 2,81 (IC 95%, 1,10-7,28, p = 0,034) e HR = 3,23 (IC 95%, 1,33-7,84, p = 0,010). Concluímos que em nosso estudo, os pacientes que receberam a primeira ou a segunda linha de tratamento sistêmico têm maior risco de recorrência do DPM quando comparados aos pacientes que foram submetidos ao tratamento pleural antes de iniciar o tratamento sistêmico. O uso da toracocentese esteve associado com recorrência do DPM quando comparado a outros métodos de tratamento cirúrgico