Perfil biomolecular do derrame pleural maligno experimentalmente induzido: frequência de mutações e impacto de terapias-alvo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Puka, Juliana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-06022017-154634/
Resumo: INTRODUÇÃO: O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer em todo o mundo e muitos pacientes apresentam derrame pleural em um estágio avançado da doença, com alta morbidade e mortalidade. Entretanto, a patogênese do derrame maligno é ainda pouco compreendida e as opções terapêuticas são limitadas. OBJETIVO: 1) Estudar a fisiopatologia do derrame pleural maligno em modelo animal com células de Lewis em diferentes concentrações; 2) Avaliar os efeitos da terapia intrapleural com anti-VEGF e anti-EGFR e a frequência de mutações de EGFR e KRAS neste modelo. MÉTODOS: Foi utilizado modelo de neoplasia pleural com camundongos C57BL/6 e células de Lewis (LLC) dividido em duas etapas: estudo com diferentes concentrações de células LLC (0,1, 0,5 e 1,5x105) e avaliação de terapias-alvo. Após a padronização do modelo, quatro grupos de camundongos receberam tratamento intrapleural com anti-VEGF, anti-EGFR, anti-VEGF+anti-EGFR ou solução fisiológica (não tratados) 3, 7, 10 e 14 dias após a indução da neoplasia pleural com 0,5x105 células LLC. Em vinte animais de cada grupo foi avaliada a curva de sobrevida. 160 animais foram submetidos à eutanásia 7, 10, 14 ou 21 dias após e avaliados peso, mobilidade, volume de líquido pleural, marcadores inflamatórios, imunológicos e bioquímicos no líquido, presença de tumores e alterações histológicas em pleura, pulmão, rim, fígado e baço. Através de imunohistoquimica avaliou-se apoptose, proliferação tumoral, VEGF e EGFR. Analisou-se a expressão gênica do EGFR, VEGF, KRAS e ALK e a frequência de mutações do EGFR e KRAS. Análise estatística: One Way ANOVA, Kaplan-Meier, p < 0,05. RESULTADOS: Na etapa de padronização do modelo observamos que a concentração que manteve os parâmetros de neoplasia pleural com maior sobrevida foi de 0,5x105 células LLC. Na segunda etapa do estudo, a carcinomatose pleural foi letal com sobrevida máxima de 25 dias, sem diferença entre os grupos. Redução de peso foi observada em todos os grupos após 21 dias. A mobilidade foi melhor nos grupos que receberam anti-EGFR. O volume de líquido pleural foi maior no grupo não tratado durante todo o estudo. Parâmetros imunológicos e bioquímicos aumentaram temporalmente sendo mais evidentes no grupo sem tratamento. Implantes tumorais na pleura foram mais evidentes no grupo não tratado após 14 dias. A inflamação pulmonar foi mínima em todos os grupos. No grupo não tratado observou-se implantes tumorais no pericárdio e músculo cardíaco após 21 dias, esteatose hepática e renal após 14 dias e hiperplasia de polpa branca do baço no 21º dia. Altos índices de apoptose e menores índices de proliferação tumoral foram observados nos grupos que receberam tratamento com anti-EGFR e anti-VEGF+anti-EGFR. Houve mutação do gene KRAS e superexpressão gênica tumoral do EGFR e do KRAS. CONCLUSÃO: As terapias-alvo reduziram significativamente o derrame pleural, morbidade e parâmetros histológicos, embora sem impacto na sobrevida dos animais neste modelo experimental. Nossos dados indicam que a linhagem tumoral LLC possui um fenótipo tumoral agressivo demonstrado através da mutação do KRAS e superexpressão do EGFR, o que pode estar associado ao pior prognóstico e menor resposta aos inibidores do EGFR