Avaliação do estado nutricional e metabólico em crianças e adolescentes com doença renal crônica em programa de diálise no estado do Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Schramm, Ana Matilde Menezes Melik
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-12022020-172937/
Resumo: A doença renal crônica (DRC) é irreversível e, mesmo sendo pouco frequente na infância e adolescência, leva a alterações graves no desenvolvimento físico, psíquico e social. Com a progressão da doença para insuficiência renal crônica terminal e a necessidade de diálise, aumentam os riscos de alterações nutricionais, ósseas, hematológicas e de composição corporal. Este estudo tem como objetivos determinar a prevalência e a incidência da DRC dialítica entre junho de 2018 e abril de 2019, descrever o estado nutricional, consumo alimentar e a composição corporal, bem como avaliar o metabolismo ósseo de crianças e adolescentes em diálise no estado do Amazonas. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, onde foram estudados 35 pacientes entre 7 e 19 anos em programa regular de hemodiálise ou diálise peritoneal. Foi realizada avaliação antropométrica (peso, altura), nutricional (índice de massa corpórea (IMC), bioimpedância (BIA), equivalente proteico do aparecimento do nitrogênio (PNA) e registro alimentar), bioquímica, hematológica e determinação da idade óssea através de radiografia de mão e punho esquerdos. Foi encontrada uma prevalência de 24 pacientes por milhão de pessoas com idade compatível (pmpic) de DRC dialítica em pacientes de até 19 anos e a incidência foi de 15 pacientes pmpic em 11 meses. A média de idade foi de 14,3 ± 3 anos. Não foi possível identificar a doença causadora da DRC em 48,6%. As causas identificadas foram síndrome nefrótica (22,8%), síndrome nefrítica (14,3%) e bexiga neurogênica (14,3%). Foi realizada biópsia renal em 10 pacientes sendo encontrada glomeruloesclerose segmentar e focal em 7 deles. A maioria (80%) fazia HD, com kt/V médio de 1,4 ± 0,5 e em 51,4% o acesso para HD era o cateter duplo lúmen. O z-score médio para altura em relação à idade e o sexo foi -1,79 ± 1,4 com 62,8% entre -2 e +2 e 34,2% abaixo de - 2. Em relação ao canal familiar, 68,5% dos pacientes estavam dentro do intervalo predito e 25,7% abaixo. Muitos (60%) tinham idade óssea adequada para a idade, 31,4% atrasada e 5,7% adiantada. Quanto ao IMC, 82,8% estavam eutróficos, 2,8% com obesidade, 2,8% com sobrepeso, 8,6% com magreza e 2,8% com magreza acentuada. A bioimpedância encontrou hiper-hidratação em 94% dos pacientes com um valor médio de 1,2 ± 1,1 L de excesso de água. O percentual de gordura corporal estava normal em 60% e diminuído em 31%. Somente 28%tinham vetores do eixo de tolerância dentro de 75%. O valor médio do ângulo de fase (ÂF) foi de 4,89° ± 1,58° e não foi encontrada correlação entre o ÂF, albumina sérica e proteína C reativa (PCR). A análise da dieta mostrou predomínio de dieta hiperproteica e pobre em cálcio, mas com quantidades adequadas de calorias, fósforo, sódio e potássio. Foram encontrados hipocalcemia em 82,8% dos pacientes, hiperfosfatemia em 57,2%, insuficiência ou deficiência de vitamina D em 60% e valores do paratormônio (PTH) alterados em 48,6%. A hemoglobina encontrava-se baixa em 80% dos pacientes, sendo possível detectar deficiência absoluta ou funcional de ferro em 28,6%. A alta frequência de anemia, de alterações no metabolismo ósseo e a grande variabilidade dos resultados da análise nutricional levam à conclusão de que é necessário um acompanhamento contínuo dos parâmetros em conjunto para iniciar medidas de prevenção e controle da desnutrição proteico calórica (DPC) e do distúrbio mineral ósseo (DMO) nesses pacientes.