Avaliação da concentração sérica de paratormônio intacto em gatos com doença renal crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Giovaninni, Luciano Henrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-03022011-161604/
Resumo: A doença renal crônica (DRC) evolui de forma progressiva e o hiperparatiroidismo secundário renal (HPTSR) é uma das importantes alterações que causa a perda adicional de néfrons e o comprometimento de varios sistemas; o paratormônio (PTH) é considerado como uma importante toxina urêmica. A avaliação do PTH sérico em felinos com DRC pode trazer informações para o melhor entendimento da fisiopatologia do HPTSR, suscitando possíveis medidas terapêuticas. Observou-se que gatos com DRC (n=40) apresentaram aumento significante (p < 0,05) da concentração sérica de paratormônio intacto (PTHi) quando comparados a gatos clinicamente normais (n=21; grupo controle). Quanto a avaliação do PTHi nos subgrupos de DRC (ESTÁGIOS II, III e IV de evolução da afecção, classificados segundo o International Renal Interest Society IRIS), constatou-se diferença significante entre os gatos dos ESTÁGIOS III e IV com os gatos clinicamente normais; em relação ao ESTÁGIO II, apesar de não ter sido observada diferença significante, a maioria dos gatos apresentou aumento da concentração sérica de PTHi (> 60,2 pg/mL). Em relação aos valores das concentrações séricas de fósforo e de cálcio iônico, detectou-se a tendência de concentrações séricas progressivamente maiores de fósforo (hiperfosfatemia) nos estágios mais avançados da doença (frequências de 16,7%, 27,3% e 100% nos ESTÁGIOS II, III e IV, respectivamente); inversamente, as concentrações séricas de cálcio iônico foram progressivamente menores (respectivamente, frequência de hipocalcemia de 8,3%, 9,1% e 66,7%). Constatou-se diferença significante quanto as concentração de bicarbonato plasmático entre os gatos clinicamente normais e os gatos com DRC (acidose metabólica em 42,5% dos casos), como também entre os gatos clinicamente normais e os animais dos subgrupos DRC ESTÁGIOS II e III (bicarbonato plasmático < 16,8 mmol/L observado em 40,9% e 33,3%, respectivamente). Não foram detectadas diferenças significantes quanto as concentrações séricas de cálcio total ou de pH sanguíneo nas comparações múltiplas. Em relação aos valores da multiplicação entre as concentrações séricas de cálcio total e de fósforo, a análise estatística demonstrou resultados similares àqueles da análise das concentrações séricas de fósforo. Sugere-se que o estímulo para o aumento da concentração sérica de PTHi, e o consequente HPTSR, observado nos gatos com DRC no estágio IV, tenha decorrido da hipocalcemia iônica e da hiperfosfatemia apresentadas por estes animais, ativando a regulação pela paratireóide. Quanto aos gatos nos estágios II e III da DRC, outros fatores, além da hipocalcemia e da hiperfosfatemia, devem estar envolvidos no aumento da síntese de PTHi, sugerindo-se a necessidade de investigação, por exemplo, das concentrações séricas de calcitriol; ainda no subgrupo ESTÁGIO II, a hipercalcemia iônica observada em 50% dos gatos sugere a possibilidade do envolvimento da acidose metabólica, que poderia comprometer a fração ionizada do cálcio. A correlação positiva observada entre o fósforo e o PTHi sugere a possibilidade de avaliação indireta de HPTSR pela determinação do fósforo sérico; entretanto nos gatos nos estágios II e III da DRC, esta avaliação indireta não se mostrou adequada, pois observou-se concomitantemente normofosfatemia e aumento do PTHi, indicando-se a necessidade da determinação do PTHi para avaliação do HPTSR nesses estágios da DRC em gatos.