A permanência estudantil na Universidade de São Paulo: um estudo da situação hermenêutica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Chohfi, Laiz Maria Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-13072021-173435/
Resumo: Esta tese dedicou-se a investigar a temática da permanência estudantil. Para tal, partindo da pergunta-bússola Como compreender permanência estudantil?, debruçou-se sobre a experiência dos alunos e das alunas da Universidade de São Paulo (USP) em relação a permanecerem nesta instituição enquanto estudantes. Faz-se pertinente ter como alvo de pesquisa esta universidade pela importância que ela exerce na América Latina e no mundo, figurando sempre entre as melhores instituições de ensino superior. Enquadrando-se numa perspectiva da psicologia à luz fenomenologia hermenêutica, a metodologia desta investigação se constrói a partir da leitura dos escritos de Martin Heidegger, especialmente aqueles que dizem respeito à situação hermenêutica e suas coordenadas a saber: ponto de vista, perspectiva e horizonte. Essa noção foi fundamental, inclusive, para a estruturação do corpo da tese em articulação com os escritos de Hans-Georg Gadamer acerca da conversa, do conceito de tradição e da reabilitação do conceito de preconceito. A partir de levantamento bibliográfico específico a respeito da permanência e assistência estudantil, delineia-se a pertinência de ainda pesquisar essa temática, que deriva do fato de ser recente a existência de políticas estruturadas com vistas a oferecer condições de permanência aos alunos mais pobres nas universidades públicas. A investigação, que teve, de início, como principais interlocutores, os alunos e alunas que recebem o auxílio de permanência da USP, abriu-se de maneira distinta conforme o caminhar pelo campo. Conversou-se com um aluno e duas alunas que recebem auxílio e uma assistente social da Capital; fez-se um ciclo de conversas com alunos de pós-graduação a partir do episódio do suicídio de um colega e se visitou um campus no interior de São Paulo, conversando com dois docentes, uma assistente social e um grupo de alunas, por ocasião da tentativa de suicídio de outra colega. Buscou-se, a partir da metodologia construída, evidenciar e compreender o que tradicionalmente contempla a experiência de permanecer na USP por meio de conversas em campo. Mediante a conversa com as conversas, compreendeu-se que permanência é travessia: não se permanece da mesma maneira ao longo de todo o tempo de graduação ou pós. Também se compreendeu que há violência na permanência estudantil e que ela se apresenta de duas formas distintas, aqui nomeadas de violentia, do latim; ßía, do grego. Diante de tudo o que foi apresentado, conclui-se que compreender permanência estudantil somente enquanto programa ou política de assistência é raso e incompleto. Há que se considerar que somente auxílio financeiro não contempla as necessidades de permanência dos alunos e alunas de baixa renda. Deve-se também ter em mente, para a construção de um programa de permanência estudantil, que a parte do corpo discente que não é de baixa renda também pode ter dificuldades para permanecer e, nesse sentido, também necessita de olhar atento e cuidadoso. Por fim, entende-se que o cuidado atual com a permanência estudantil na USP é falho e tem levado seus estudantes a adoecer. Providências devem ser tomadas para que tal situação possa ser modificada