Sindicato dos trabalhadores e realidade rural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1982
Autor(a) principal: Amaral, Ana Elizabeth Perruci do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11145/tde-20210918-201031/
Resumo: A dissertação Sindicato dos Trabalhadores e Realidade Rural, elaborada por Ana Elizabeth Perruci do Amaral, sob a orientação do professor José Albertino Rosário Rodrigues, analisa a atuação política e social do sindicato dos trabalhadores rurais face às relações de trabalho na agricultura canavieira da Zona da Mata Sul de Pernambuco. A análise compreende a década de 70 estendendo-se até março de 1980. Foi efetuada sob a perspectiva sociológica, baseada no estudo de um sindicato dos trabalhadores rurais e da organização do trabalho assalariado. (*) Utilizaram-se os dados das entrevistas gravadas com os trabalhadores rurais, a liderança sindical, bem como da documentação pesquisada no sindicato, constante de atas, relatórios, pareceres do departamento jurídico da organização, e o registro de observações diretas das ações empreendidas pela liderança sindical e pelos assalariados. Através do método que se aproxima do estudo de caso, a pesquisa baseou-se em que esta organização sindical tem uma atuação ao nível das relações de trabalho e exerce uma atividade política face ao controle do sistema de poder. O estudo tentou descrever a organização do trabalho, verificar as reivindicações dos assalariados e o seu atendimento através do sindicato, assim como verificar a participação sindical e apresentar a visão desse trabalhador em relação ao sindicato. Seguindo-se estes objetivos na investigação, concluiu-se que a atuação sindical dos trabalhadores da lavoura canavieira, a sua organização e participação no sindicato é dificultada pelo elevado grau de diversificação das condições de trabalho de que estes trabalhadores tomam consciência. Esta diversificação provoca conflitos entre eles e, ainda, contribui para se segmentarem. A hierarquização existente na organização do trabalho, onde há os assalariados controladores da mão-de-obra e os que executam as tarefas, leva a um distanciamento entre as categorias. A diferenciação formal estabelecida entre <u> clandestinos</u>, <u>clandestinos-moradores</u> e <u>fichados</u> - conforme o registro do trabalho em carteira profissional acarreta uma divisão no sentido estrito da mão-de-obra. As categorias encontram-se em distintas vivências nas relações de trabalho e promovem reivindicações distintas, que interferem na atuação sindical para representá-las e empreender um projeto único, e ainda, para participarem efetivamente da organização. A atuação sindical é diversificada, de acordo com as peculiaridades de cada categoria. A dificuldade da participação sindical relaciona-se também com o medo do trabalhador provocado pela repressão pós 64. Constatou-se uma elevada união dos assalariados no final da década de 70 e o fortalecimento político do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, com os resultados alcançados através da convenção coletiva de trabalho de 1979, após as mobilizações e arregimentação efetuadas a partir de meados da década de 70. O trabalhador rural toma consciência também desse fortalecimento e sente a organização sindical como assistencialista, e só num segundo plano como reivindicatória. Estas conclusões poderão contribuir para a realização de outros estudos que verifiquem a atuação sindical e, especialmente, as tendências recentes dessa atuação. (*) Utilizou-se da licença de não mencionar o município e o sindicato pesquisados.