Transtorno de ansiedade social: validação de instrumentos de avaliação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Osorio, Flavia de Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-02082010-095542/
Resumo: O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) é um distúrbio de início precoce, com prevalência e comorbidades significativas, favorecendo prejuízos importantes no funcionamento laboral, familiar, social e acadêmico, especialmente em pessoas jovens. Dada tais características, faz-se necessária a identificação precoce e o diagnóstico preciso do TAS, o que requer instrumentos validados. Objetivou-se a avaliação sistemática do TAS, por meio de um conjunto de instrumentos validados quanto às suas qualidades psicométricas de fidedignidade e validade, em uma população de adultos jovens brasileiros, estudantes universitários, sob a perspectiva da auto e hetero-avaliação. Para tal, realizou-se a validação transcultural dos instrumentos auto-avaliativos: Social Phobia Inventory (SPIN) e Self Statements During Public Speaking Scale (SSPS versão traço e estado) e do instrumento hetero-avaliativo Brief Social Phobia Scale (BSPS), com aprovação prévia dos autores das versões originais. O delineamento metodológico envolveu três etapas. Na primeira, a amostra utilizada para avaliação dos instrumentos SPIN e SSPS foi composta por 2314 estudantes universitários da população geral. Na segunda etapa, para a validação dos instrumentos SPIN, SSPS e BSPS, utilizou-se de uma amostra de 178 estudantes universitários identificados como casos (N = 88) e não-casos (N = 90) de TAS, através da Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV (SCID-IV). Na terceira etapa, 45 estudantes universitários também classificados como casos (N = 24) e não-casos (N = 21) de TAS compuseram a amostra para validação da SSPS-estado no contexto de um modelo experimental de falar em público. O SPIN apresentou boa consistência interna (=0,63- 0,90), validade concorrente com o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) (r = 0,10-0,63) e SSPS-traço (r = 0,22-0,65), validade discriminativa (sensibilidade = 0,84, especificidade = 0,87) e validade de construto. A análise fatorial indicou a presença de um número variável de fatores em função da amostra estudada. Destaca-se a versão reduzida deste instrumento, o Mini-SPIN, que também apresentou ótimos indicadores psicométricos (sensibilidade = 0,77, especificidade = 0,67). A SSPS-traço mostrou-se bastante adequada quanto à consistência interna ( = 0,64-0,94), validade concorrente com o BAI (r = 0,18-0,53) e SPIN (r = 0,22-0,65) e validade discriminativa entre casos e não-casos de TAS. A análise fatorial evidenciou a presença de dois fatores: auto-avaliação positiva e negativa. A BSPS aplicada com o suporte de um roteiro de perguntas-guia, apresentou excelentes confiabilidade inter-avaliadores (0,86-1,00) e validade discriminativa (sensibilidade = 0,84, especificidade = 0,83); adequadas consistência interna ( = 0,48-0,88), validade concorrente com o BAI (r = 0,21-0,62), SPIN (r = 0,24-0,82) e SSPS-traço (r = 0,23-0,31) e validade de construto. A análise fatorial apontou a presença de seis fatores que explicam 71,8% da variância dos dados. A SSPS-estado mostrou-se apropriada para avaliação dos aspectos cognitivos associados ao falar em público no contexto de um modelo experimental de simulação de falar em público, apresentando excelente validade discriminativa entre casos e não-casos de TAS, além de sensibilidade para discriminar os diferentes níveis de ansiedade nas fases do procedimento. Todos os instrumentos mostraram boas qualidades psicométricas, o que recomenda o uso na população de universitários brasileiros, podendo ser aplicados tanto em contextos experimentais como clínicos, favorecendo a detecção mais precisa do TAS, especialmente nos contextos de atenção primária à saúde.