Mucosite oral por quimioterapia e qualidade de vida relacionada à saúde de mulheres com câncer de mama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Marinho, Pabliane Matias Lordelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-06072020-164222/
Resumo: O câncer de mama é uma doença tanto com impacto na morbimortalidade quanto na qualidade de vida de mulheres no Brasil e no mundo. A modalidade sistêmica mais utilizada para tratá-lo é a quimioterapia, que pretende ou eliminar o tumor ou reduzi-lo para intervenções cirúrgicas conservadoras como parte dos cuidados paliativos. A quimioterapia apresenta eventos adversos associados, entre eles, a mucosite oral. Sua incidência variada e dependente de fatores do próprio paciente ou do tratamento produz consequências importantes físicas, emocionais, sociais, econômicas e para a manutenção do tratamento. Todas essas repercussões afetam a qualidade de vida relacionada à saúde de maneira diversificada, visto que este é um fenômeno subjetivo ou multidimensional. Objetivo: avaliar a mucosite oral por quimioterapia e a qualidade de vida relacionada à saúde em mulheres com câncer de mama. Método: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, no qual três instrumentos (caracterização das participantes, QLQ-C30 e QLQ-BR23) foram aplicados no início, na metade e fim do tratamento. Concomitantemente, avaliou-se cavidade oral e dados do prontuário. Resultados: entre as 140 participantes prevaleceram mulheres pardas, média de 50, 40 anos (DP = 11,76), em união estável, com média de 2,37 filhos, com média de 8,66 anos de estudo (DP = 4,86), com renda menor de um salário mínimo (58,57%), proveniente de uma fonte de renda fixa, procediam, predominantemente, do Leste Sergipano (68,57%). Entre os comportamentos e hábitos de vida, declararam ser católicas (65,71%); inatividade física (55%), sobrepeso (35%) e obesidade (30%) predominaram, assim como, não-tabagismo (83,59%) e não-etilismo (83,57%). Quanto à clínica e terapêutica, observou-se que iniciaram o tratamento com a média de idade de 50 anos, apresentaram menarca tardia (62,13%), a minoria apresentou outra comorbidade, a maioria realizou tratamento em instituição pública, prevaleceram Carcinoma Ductal Invasivo (86%), estadios IIb e IIIa (25% ambos), Luminal B (38,5%), tratamento neoadjuvante (61%), esquema com adriamicina, ciclofosfamida e paclitaxel (44%). Sobre as condições orais, na amostra houve oscilação na integridade da gengiva, lábios, mucosa oral, aspecto da língua, xerostomia, hábitos de higiene. Na avaliação da mucosite oral, a incidência total durante o estudo foi de 85,71%, entre os momentos, predominou grau I (Momento 2 40% e Momento 3 42,1%) e a qualidade de vida relacionada à saúde geral entre o Momento 1 e 2 houve uma redução de 0,27% na média, e de 6,88% entre o Momento 2 e 3. Durante o estudo, os domínios e sintomas apresentaram oscilações apenas entre o, Momento 2 e 3. A associação entre mucosite oral e qualidade de vida relacionada à saúde foi inversa (β = - 13,44) pelo modelo de regressão linear múltipla. Conclusão: Os desfechos observados sugerem que as mulheres apresentaram semelhanças quanto aos aspectos clínicos e terapêuticos e diferenças quanto aos aspectos sociodemográficos. A incidência da mucosite oral foi maior e divergente quanto ao grau de severidade do que relatado na literatura. A qualidade de vida relacionada à saúde piorou ao longo do acompanhamento terapêutico