Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Okumura, Maemi Casanas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-07022022-174934/
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Resumo: |
Introdução: A sepse de início precoce (SIP) quando presente no período neonatal associa-se à elevada morbidade e mortalidade. O Streptococcus beta hemolítico do Grupo B (SGB) vem se mantendo como o principal agente associado a esta condição desde meados do século XX. Diferentemente de países desenvolvidos, o Brasil não pratica universalmente a profilaxia antibacteriana em gestantes colonizadas por esse agente para prevenção da SIP. Para manejar recém-nascidos (RNs) sob risco de infecção com abordagem mais restritiva ao uso de antibacterianos, é necessário conhecer a incidência de SIP em diferentes populações. Objetivo: Calcular a incidência de SIP (por SGB e outros agentes) em RNs assistidos em um centro de referência terciária e em uma maternidade de baixo risco, ambos localizados em Ribeirão Preto-SP. Metodologia: Estudo de incidência, retrospectivo a partir de duas coortes de (RNs) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP), de 2009 a 2017, e do Centro de Referência em Saúde da Mulher (MATER), de 2012 a 2017. Apenas na MATER há protocolo estabelecido para profilaxia periparto com antibiótico terapia para prevenção de SIP. Os dados foram obtidos a partir de prontuário médico informatizado e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Entre todos os nascidos vivos, analisaram-se aqueles que, segundo os protocolos vigentes, foram triados para SIP e possuíam hemoculturas coletadas nas primeiras 72 horas de vida. Foram considerados portadores de SIP aqueles RNs com hemocultura positiva e sinal clínico compatível com SIP, com uso de antibióticoterapia por pelo menos 7 dias ou óbito durante o tratamento. Foram calculadas as incidências cumulativas gerais de SIP além das incidências por agentes infecciosos (SGB e outros agentes), por faixa de idade gestacional (IG) e peso ao nascer. Resultados: Entre 17984 nascidos vivos na MATER e 15849 no HC-FMRP, houve 20 e 63 RNs com SIP confirmada, respectivamente. A incidência de SIP por todos os agentes na MATER foi de 1,1/1000 nascidos vivos e por SGB foi de 0,4/mil nascidos vivos enquanto no HC-FMRP foram de 4,0/1000 nascidos vivos e 1,8/1000 nascidos vivos, respectivamente. Entre os menores de 34 semanas de IG, a incidência de SIP, por todos os agentes, foi de 8,7/1000 nascidos vivos na MATER e 15,1/1000 nascidos vivos no HCFMRP. O agente infeccioso mais frequente nos dois serviços foi o SGB seguido por Staphylococcus coagulase-negativo. O sinal clínico mais observado foi o desconforto respiratório, tanto para aqueles com SIP por SGB como por outros agentes. A letalidade por SIP observada foi de 5% na MATER e 22,2% no HC-FMRP, para todos os agentes. Conclusão: A incidência de SIP em RNs dos dois serviços se compara ao reportado na década de 1990 em países desenvolvidos, previamente às recomendações de profilaxia antibiótica periparto para a prevenção de SGB nesses países. Dessa forma, o manejo de RNs nesses cenários deverá considerar a alta incidência de infecção. Destaca-se a importância de instituição de rotinas bem estabelecidas para prevenção de SIP causada pelo SGB. |