Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Patricia Mara de Hugo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5166/tde-09082024-150400/
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Resumo: |
Introdução: O hipopituitarismo é definido pela deficiência de um ou mais hormônios hipofisários, em que a deficiência de GH é uma das mais prevalentes. Trabalhos da literatura evidenciam que a deficiência de GH adquirida na vida adulta altera a qualidade de vida e o humor dos pacientes com potencial reversão desses sintomas pela reposição de GH. Essa associação está bem estabelecida para o hipopituitarismo adquirido, mas há poucos estudos na literatura que investiguem o perfil psicológico de pacientes com hipopituitarismo de causa congênita e que chegaram à vida adulta, avaliando os efeitos da reposição do GH e de outros hormônios hipofisários nos parâmetros psicológicos. Avaliar o ajuste emocional, o enfrentamento do estresse, a adesão ao tratamento são aspectos essenciais que modificam a qualidade de vida desses pacientes, além de examinar como as alterações hormonais podem influenciar no humor e bem-estar psicológicos. Objetivos: O presente estudo se propôs a caracterizar o perfil psicológico dos pacientes com hipopituitarismo congênito, compará-los com indivíduos saudáveis e correlacionar o perfil psicológico dos pacientes com os dados clínicos e a influência da reposição hormonal nessa coorte. Casuística: 220 pacientes hipopituitarismo congênito, acompanhados no ambulatório de HC-FMUSP, foram submetidos aos critérios de inclusão que se resume a pacientes em seguimento regular no ambulatório de Desenvolvimento, com idade cronológica entre 25 a 60 anos; portador de deficiência de GH de início na infância e confirmada na vida adulta e com as demais reposições hormonais hipofisárias otimizadas há pelo menos 1 ano. Foram excluídos pacientes com insuficiência intelectual, não capazes de responder sozinhos às entrevistas e questionários propostos, pacientes com depressão não tratada, e sem interesse em participar da pesquisa. Materiais e Métodos: Os pacientes elegíveis foram submetidos a 2 testes screening compostos pelo (G-36), que é o teste de Inteligência não verbal e se presta para excluir os pacientes com insuficiência intelectual e o EBADEP-A, que é a Escala Baptista de Depressão. Após os testes de screening os pacientes foram submetidos aos testes de avaliação psicológica compostos pela Escala dos Pilares de Resiliência (EPR), do Inventário dos Cinco Fatores de Personalidade (NEO- FFI R) e a Entrevista semi-dirigida (ESD). Resultados: No presente estudo transversal, 60 pacientes foram elegíveis e convidados a participarem do estudo. Após assinarem o TCLE, eles foram submetidos aos testes de screening e 2 deles foram excluídos por apresentarem insuficiência intelectual. Dos 58 pacientes incluídos 57% eram do sexo feminino, com média da idade cronológica de 40,9 anos (±8.2). Das deficiências encontradas 100% tinham deficiência de GH (40% repondo GH), 80% com deficiência de TSH, 78% com deficiência de gonadotrofinas, 62% com deficiência de ACTH (39% usavam prednisona e 58% hidrocortisona) e apenas 14% com deficiência de ADH. Os exames de imagem da região hipotálamo hipofisária evidenciaram que 87% apresentavam alterações (hipoplasia hipofisária 71%, neurohipófise ectópica 72% e haste afilada 69%). Nas análises das variáveis relacionadas aos pilares de resiliência e aos traços da personalidade, os pacientes apresentaram um perfil mediano abaixo da normalidade da população brasileira, exceto a variável Independeência. Nas informações estatísticas utilizando o modelo de regressão beta onde os valores menores que 1 influenciam negativamente a variável resposta, e os valores maiores que 1 influenciam positivamente, observou-se que a Escala Baptista de Depressão (EBADEP-A) e o fator de personalidade extroversão ( NEO FFI-R) foram menores que 1. Pacientes que usavam GH tiveram chance de extroversão maior do que pacientes que não usavam GH. Pacientes que tinham deficiência de TSH, tiveram chance menor de extroversão quando comparados com os que não tinham deficiência de TSH. Nas variáveis em que o uso de corticoide esteve abaixo do percentil 50, o efeito foi menos deletério para pacientes que usavam hidrocortisona (neuroticismo 1,75; 2,14, amabilidade 1,64; 1,75, conscienciosidade 0,85; 0,91 ) em relação aos que usam prednisona (neuroticismo 2,57; 3,19, amabilidade 0,34;0,4, conscienciosidade 0,58; 0,63 ). Conclusão: Nas analises das variáveis relacionadas aos pilares de resiliência e aos traços da personalidade, os pacientes apresentaram um perfil mediano abaixo da normalidade da população brasileira, exceto a variável Independência e o uso de GH teve influência positiva, enquanto que a deficiência de TSH e o uso de prednisona tiveram influencias deletéria no perfil psicológico |