Uso da microscopia confocal de reflectância na avaliação de queilite actínica: padrões pareados com histologia e sinais precoces de evolução para carcinoma espinocelular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ferreira, Paula Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-16102019-105809/
Resumo: Fundamentos: A queilite actínica (QA) é uma alteração clinico-histopatológica dos lábios causada pela exposição solar crônica e prolongada. Clinicamente, é caracterizada por achados difusos e mal delimitados e a histopatologia mostra múltiplos focos de displasia de intensidade variável, muitas vezes até com progressão para carcinoma espinocelular (CEC) sem lesão clínica óbvia e aparente. A adequada avaliação clínica do dano actínico tem sido considerada difícil, pois muitas vezes o achado clínico não tem correlação com o grau de atipia histopatológico. A microscopia confocal de reflectância (MCR) é um método de imagem não invasivo para avaliação de lesões cutâneas superficiais, que permite guiar o local da biopsia e monitorizar o tratamento de diversas doenças cutâneas. Objetivos: Estudar, por meio da MCR, casos clínicos difusos de queilite actínica, guiar a biópsia desses casos e identificar critérios de MCR que permitam a identificação precoce de progressão para CEC do lábio. Métodos: Foi realizado um estudo com casos clínicos de QA matriculados no ambulatório da Dermatologia da Faculdade de Medicina da universidade de São Paulo (FMUSP) de março de 2015 a fevereiro de 2018. A MCR foi realizada em toda a extensão do lábio inferior. Os locais que mostraram mais alterações na MCR, de acordo com critérios previamente estabelecidos para QA e CEC, foram biopsiados. Foi avaliada a correlação entre a MCR e a histopatologia. Resultados: Foram incluídos 61 casos com diagnóstico de QA do lábio inferior, em 43 homens e 18 mulheres. Todos os doentes eram de pele clara (fototipo I e II), com idades variando de 29 a 87 anos, com idade média de 65 anos. A análise histopatológica das biopsias realizadas mostrou displasia epitelial parcial do epitélio em 25 casos (41%) e CEC em 36 (59%). Os critérios da MCR para QA identificados foram escama, hiperqueratose / paraqueratose, padrão de favo de mel atípico (desarranjo) no estrato espinhoso e granuloso, células grandes e arredondadas (disqueratósicas) na epiderme e lâmina própria, papila mal delimitada, papila preenchida por células, ninhos de células da lâmina própria, vasos arredondados / dilatados, inflamação, elastose e fibroplasia de colágeno. Papila mal delimitada (sensibilidade de 84% e especificidade de 88%), papilas preenchidas por células (sensibilidade de 82% e especificidade de 93%), inflamação (sensibilidade de 68% e especificidade de 68%), células grandes e arredondadas (sensibilidade de 65% e especificidade de 100%) e ninhos na lâmina própria (sensibilidade de 54% e especificidade de 100%) são critérios da MCR que podem identificar o CEC incipiente do lábio. Discussão: Dentre os casos avaliados, nenhum apresentava característica clínica de CEC e, por meio do exame de MCR, foi possível o diagnóstico de lesões incipientes. Após Além disso, a MCR possibilitou a escolha da área mais suspeita para biópsia. Conclusões: A MCR pode ser utilizada para monitorizar casos de QA, guiar o local da biopsia e identificar a progressão precoce da QA para CEC