Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Thaís Machado Pagliaro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-26042023-163620/
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Resumo: |
INTRODUCAO: Evidências da correlação entre o excesso de andrógenos, disfunções metabólicas, e marcadores de inflamação na síndrome dos ovários policísticos (SOP) são escassas e apresentam resultados conflitantes. Dados atuais sobre o papel dos marcadores inflamatórios como determinantes de fatores de risco cardiovascular na SOP são contraditórios. Ademais, a correlação entre os marcadores de inflamação e os andrógenos C19 11-oxigenados na SOP ainda não foi estudada. Nosso objetivo foi caracterizar os perfis metabólico, inflamatório e hormonal e avaliar as correlações entre esses parâmetros em uma amostra de mulheres brasileiras com SOP comparada a controles. MÉTODOS: Avaliamos o perfil antropométrico, metabólico, inflamatório e hormonal de mulheres brasileiras em idade reprodutiva com SOP (critérios de Rotterdam) e controles pareadas para idade. Os parâmetros antropométricos, metabólicos e hormonais incluíram índice de massa corporal (IMC), relação cintura/quadril (CA/CQ), níveis séricos de glicose e insulina em jejum, HOMA-IR (Homeostasis model assessment of insulin resistance), perfil lipídico, proteína ligadora de hormônios sexuais (SHBG) e dosagem sérica de androstenediona, testosterona, testosterona livre calculada, 11-hidroxiandrostenediona (11OHA4), 11-cetoandrostenediona (11KA4), 11-hidroxitestosterona (11OHT) e 11-cetotestosterona (11KT). Os marcadores inflamatórios incluíam interleucina 6 (IL-6), interleucina 8 (IL-8), fator de necrose tumoral alfa (TNF-), proteína quimioatrativa monócitos tipo 1 (MCP-1), interleucina 1 beta (IL-1), inibidor de ativador plasminogênio tipo 1 (PAI-1), leptina, resistina e adiponectina. RESULTADOS: Foram incluídas 68 mulheres com SOP e 24 controles. O grupo SOP apresentou maior IMC, razão CA/CQ, glicose e insulina em jejum, HOMA-IR, androstenediona, testosterona total e livre. Não houve diferença das concentrações dos andrógenos C19 11-oxigenados entre o grupo SOP e controle. Mulheres com SOP apresentaram maiores concentrações de IL-8, PAI-1, leptina, e resistina e menor concentração de adiponectina do que o grupo controle. Não houve diferenças nas concentrações de IL-6, TNF-, MCP-1 e IL-1 entre os grupos SOP e controle. A análise estratificada por peso saudável (IMC <25 Kg/m2) e sobrepeso/obesidade (IMC >25 Kg/m2) demonstrou que os andrógenos clássicos androstenediona, testosterona total, e testosterona livre calculada foram mais elevados nos subgrupos SOP que nos seus respectivos controles, em ambos os subgrupos SOP com peso saudável e sobrepeso/obesidade. Nenhuma diferença entre SOP e controles com peso saudável ou com sobrepeso/obesidade foi encontrada nos níveis séricos dos andrógenos C19 11-oxigenados. Não houve diferença dos marcadores metabólicos e inflamatórios entre SOP e controles de peso saudável, exceto para resistina e PAI-1, que estavam mais elevados no subgrupo SOP. O subgrupo SOP com sobrepeso/obesidade apresentou níveis mais elevados de insulina de jejum, HOMA-IR, IL-8, MCP-1, PAI-1 e leptina em comparação aos controles com sobrepeso/obesidade. Na análise multivariada, PAI-1 foi o único marcador inflamatório aumentado na SOP independente do IMC. CONCLUSÃO: Os andrógenos C19 clássicos parecem ser os principais andrógenos ativos em nossa casuística de mulheres com SOP e controles. Em nosso estudo, os C19 11-oxigenados parecem não desempenhar papel importante no excesso de andrógenos, disfunção metabólica e inflamação na SOP. Nossos achados suportam as evidências de que a SOP está associada a inflamação crônica e disfunção endotelial, porém lançam dúvidas sobre o papel dos marcadores inflamatórios como marcadores de risco cardiovascular em mulheres com SOP independente do IMC |