Classificação de pacientes com imunodeficiência comum variável através da identificação de subtipos de linfócitos B

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Pedreschi, Maíra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-07102011-142727/
Resumo: Introdução: A Imunodeficiência Comum Variável (ICV) é a imunodeficiência primária mais prevalente na prática clínica. Suas manifestações vão desde infecções de repetição (que são as mais prevalentes) à neoplasias e doenças autoimunes. Admite-se que o quadro clínico da ICV esteja associado a alterações na diferenciação de linfócitos B (LB), mas também em linfócitos T, monócitos e células dendríticas, além de mutações em genes relacionados a interações entre linfócitos T e B ou homeostasia de linfócitos B. Isto determina uma grande complexidade na classificação destes pacientes, sendo a correlação entre características clínicas e fenotípicas essencial para o melhor entendimento da doença e acompanhamento dos pacientes. Objetivo: Descrever o fenótipo clínico e das subpopulações de LB da coorte de pacientes com ICV acompanhados no Ambulatório de Imunodeficiências Primárias do Hospital das Clínicas e verificar o modelo de classificação que melhor se adequa a estes pacientes. Materiais e Métodos: Após a separação de PBMC e imunofenotipagem dos subtipos de LB de amostras de 70 pacientes, estes foram classificados segundo os critérios das classificações de Freiburgo, Paris e EUROclass. Também foram realizadas a análise das manifestações clínicas; a correlação entre as células de memória e as concentrações séricas das imunoglobulinas e a correlação entre os subtipos de LB e as principais manifestações clínicas desta coorte. Resultados: Esta coorte apresentou um grande distúrbio na distribuição das subpopulações de LB, sendo que todos os pacientes apresentaram redução na frequência de LB de memória com troca de isotipo, mas apenas as pacientes mulheres apresentaram aumento estatisticamente significante nas frequências de LB naive e LB CD21low e redução na frequência de plasmoblastos. Os subtipos de LB transitório e LB de zona marginal não apresentaram diferenças significativas entre pacientes e controles. Não observamos correlação entre as células B de memória e os níveis séricos de imunoglobulinas. A análise clínica revelou diferenças na prevalência de algumas complicações clínicas, entretanto, a correlação entre os subtipos de LB e estas manifestações mostrou associação apenas entre linfadenopatia e redução de plasmoblastos. Por fim, a classificação quanto aos três modelos propostos, revelou que nenhum deles se adequou para esta coorte de pacientes brasileiros. Conclusão: verificamos uma diversidade tanto nas subpopulações de LB quanto na prevalência de algumas manifestações clínicas e por conta destas alterações, até o momento nenhuma classificação se mostrou apropriada para esta coorte. Estes achados reforçam o conceito de heterogeneidade da doença e confirmam a necessidade de um novo modelo de classificação que compreenda outros marcadores.