Efeito protetor da vacina contra influenza para redução de mortalidade em gestantes e puérperas com formas graves de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Paganoti, Cristiane de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-16022023-113040/
Resumo: Objetivo: avaliar se a vacinação contra influenza reduz a gravidade da infecção e a mortalidade por COVID-19 em gestantes e puérperas hospitalizadas por síndrome respiratória aguda grave. Métodos: estudo de coorte retrospectiva utilizando as estatísticas do banco de dados nacional brasileiro e incluindo 3.370 gestantes e puérperas hospitalizadas que foram vacinadas ou não contra influenza antes do início dos sintomas da COVID-19. As pacientes foram divididas em 2 grupos (grupo vacinado e grupo não vacinado) e comparadas quanto às variáveis clínicas e epidemiológicas. A razão de chances e o intervalo de confiança de 95% foram estimados para cada comparação e as diferenças estatísticas foram consideradas significativas para p<0,05. O método Propensity Score Matching foi aplicado para possíveis vieses de confusão e calculou-se o Número Necessário para Tratar para evitar um evento de admissão em Unidade de Terapia Intensiva, intubação e óbito. As análises estatísticas foram realizadas com o software estatístico livre R. Resultados: foram incluídas 3.370 mulheres, sendo 832 (24,7%) no grupo VACINADO e 2.538 (75,3%) no grupo NÃO VACINADO. Na análise univariada, idade, etnia, níveis educacionais, qualquer sintoma respiratório, dispneia, dessaturação, anosmia e perda do paladar mostraram diferença significativa entre os grupos. As taxas de intubação e de admissão na Unidade de Terapia Intensiva foram significativamente menores entre as mulheres do grupo VACINADO (p=0,002 e p<0,001, respectivamente). A razão de chances de morte entre as mulheres que receberam a vacina contra influenza em comparação com aquelas que não receberam a vacina foi de 0,38, com um intervalo de confiança de 95% de 0,27 - 0,53 (p<0,001). Esses três desfechos permaneceram estatisticamente diferentes entre os grupos após a análise pelo Propensity Score Matching. O Número Necessário para Tratar para evitar uma admissão em Unidade de Terapia Intensiva, uma intubação e um óbito foi de 11, 15 e 11, respectivamente. Conclusão: a vacinação contra influenza pode oferecer efeito protetor para internação em unidade de terapia intensiva, intubação orotraqueal e óbito em gestantes e puérperas com formas graves de COVID-19