Fatores associados ao óbito por influenza A(H1N1)pdm09 na epidemia de 2016 no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santana, Wesllany Sousa
Orientador(a): Boia, Marcio Neves, Costa, Filipe Aníbal Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55150
Resumo: INTRODUÇÃO: A gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de elevada transmissibilidade, com distribuição global e representa uma das maiores preocupações das autoridades sanitárias, por sua elevada transmissibilidade e potencial de gerar epidemias e pandemias, graças à capacidade de mutação antigênica do vírus Influenza A. A influenza causa grande repercussão social e econômica, é responsável por elevadas taxas de hospitalização, podendo evoluir para quadros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e óbito, principalmente entre pessoas com comorbidades e condições prévias associadas. OBJETIVOS: Analisar os fatores associados ao óbito na epidemia por Influenza A(H1N1)pdm09 no ano de 2016, no Brasil. MÉTODOS: Estudo analítico do tipo caso-controle realizado com os casos de SRAG por Influenza A(H1N1)pdm09 confirmados laboratorialmente pela metodologia de RT-PCR em tempo real no Brasil durante o ano de 2016, foram considerados casos os pacientes que evoluíram para óbito e controles os pacientes que evoluíram para cura. O banco de dados do SINAN Influenza Web foi disponibilizado pelo Ministério da Saúde e não foi necessária a submissão ao Comitê de Ética, pois o estudo teve como fonte dados secundários. Nos casos confirmados para Influenza A(H1N1)pdm09 foram realizadas análises bivariadas e multivariadas. RESULTADOS: Em 2016 a investigação laboratorial foi realizada na maioria dos casos de SRAG notificados no Brasil, o vírus Influenza A(H1N1)pdm09 foi o agente mais frequentemente identificado. Dentre os 42.633 casos notificados, 37.595 (82,2%) foram investigados laboratorialmente e 12.600 (33,5%) foram confirmados para algum vírus respiratório. O vírus influenza A(H1N1)pdm09 foi identificado em 8.796 casos (23,4%) com 2.017 (22,9%) mortes associadas, a letalidade por Influenza A(H1N1)pdm09 foi crescente com a elevação das faixas etárias e superior a letalidade geral por SRAG 7.546 (18,9%). A vacinação contra influenza se apresentou como um fator protetor contra o óbito. Obesidade, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares foram associadas a taxas de letalidade significativamente maiores em adultos. Em pacientes com mais de 65 anos, doenças respiratórias e doenças renais pré-existentes aumentaram o risco de óbito. A gestação foi associada a uma maior taxa de letalidade. Alterações no padrão radiográfico de tórax foram um importante preditor de morte. Neste estudo não houve significância estatística em relação ao uso do oseltamivir e uma menor chance de óbito. CONCLUSÕES: O vírus influenza A(H1n1)pdm09 foi responsável pela maioria dos óbitos por SRAG, exceto nos menores de um ano, nestes o vírus sincicial respiratório foi o maior responsável pela evolução fatal. Os óbitos por SRAG e por SRAG confirmada para influenza A(H1N1)pdm09 elevam à medida que a idade cresce, e na presença de comorbidades e condições prévias. Foi demonstrado que alterações no padrão de raio x de tórax, elevam a letalidade. A imunização contra gripe diminuiu a letalidade da influenza em todas as faixas etárias estudadas