Perfil da redução de fármacos anticrise em pacientes pediátricos com epilepsia farmacorresistente após tratamento cirúrgico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Matos, Maiave Micaelle Figueiredo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17160/tde-21062022-143114/
Resumo: Introdução: Na faixa etária pediátrica, 10-20% dos pacientes com epilepsia evoluem para farmacorresistência. Assim, a cirurgia de epilepsia é uma opção terapêutica nesses pacientes para controle das crises, diminuindo a interferência da epilepsia e dos fármacos no desenvolvimento neurológico. O presente estudo visou descrever a redução dos fármacos anticrise (FACs) a partir da dosagem em mg/kg/dia, da dose diária prescrita e da relação dose diária prescrita e dose diária definida. Objetivos: Descrever o perfil da redução dos FACs em pacientes pediátricos com epilepsia farmacorresistente classificados como Engel I no pós-operatório (PO) da cirurgia de epilepsia. Material e Métodos: Estudo retrospectivo por meio de revisão e análise de prontuários e banco de dados de pacientes com idade inferior a 18 anos completos no momento da cirurgia para tratamento de epilepsia refratária no Centro de Cirurgia de Epilepsia de Ribeirão Preto (CIREP) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, entre os anos de 1994 e 2017. Resultados: Foram analisados 576 prontuários com 254 aptos. A média de idade no momento da cirurgia foi de 10,6 anos, da duração da epilepsia de 7,1 anos e da duração do intervalo de follow-up de 7,2 anos. No pós-operatório, nos primeiros seis meses, nenhum paciente teve a retirada completa de fármaco, porém com um ano, três (1,2%) pacientes tiveram, com dois anos, cinco (2%), com cinco anos, 24 (9,4%) e com 10 anos, 15 (5,9%). Houve redução do número de fármacos utilizados em média de 2,2 com seis meses, 2,1 com um ano, 1,9 com dois anos, 1,3 com cinco anos e 1,3 com 10 anos PO. Assim, foi possível identificar redução significativa (p<0,001) do número de FACs durante o follow-up. Dentre os fármacos mais prescritos no pré-operatório (PRÉ-OP), o Fenobarbital apresentou, junto à Carbamazepina, maior relevância estatística na redução em mg/kg/dia. Diante deste achado, pelo maior impacto no desfecho cognitivo e comportamental, optou-se por utilizar o Fenobarbital como exemplo comparativo entre a redução das dosagens ao longo do follow-up. Foi observada remissão de crises (Engel classe I) em 189 (91,7%) pacientes no segundo ano, em 125 (85%) no quinto ano e em 51 (77,3%) no décimo ano PO. Conclusões: A cirurgia para tratamento de epilepsia foi efetiva nesta amostra, 60,2% do número total de pacientes operados no período evoluíram com Engel I. A redução significativa de FACs ocorreu a partir de seis meses PO, e a cada ano durante o follow-up e em comparação ao PRÉ-OP. Ainda evidenciou-se redução significativa da dosagem em mg/kg/dia dos FACs do primeiro ao quinto ano PO, de forma progressiva. Assim, essa medida de redução pôde ser utilizada como forma indireta para avaliação da efetividade e de efeitos colaterais dos FACs, em curto e longo prazo.