Fadiga no doente com câncer colo-retal: fatores de risco e preditivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Mota, Dalete Delalibera Corrêa de Faria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-25022008-121845/
Resumo: INTRODUÇÃO: Não existem estudos preditivos sobre fadiga em doentes com câncer colo-retal, embora fadiga seja descrita como freqüente na população oncológica. OBJETIVO: Identificar os fatores de risco e preditivos independentes de fadiga em doentes com câncer colo-retal. MÉTODO: Estudo preditivo que envolveu amostra não-probabilística de 157 pacientes adultos ambulatoriais com tumor primário de cólon ou reto (idade média 60±11,7 anos; 54% homens; média de anos de escolaridade 10,7±5,4 anos; estádio IV 44,8%), atendidos em quatro serviços de oncologia do município de São Paulo, Brasil (julho/2006 a julho/2007). Os pacientes preencheram a Ficha de Identificação, a Escala de Fadiga de Piper-Revisada (0-10; ponto de corte: >4; ?=0,94), o Inventário de Depressão de Beck (0-63; ponto de corte: >13; ?=0,83), a Escala de Karnofky (0%-100%; ponto de corte: <80), a Escala de Prejuízo do Sono (0-10; ponto de corte: >5) e a Escala de Dor (0-10; ponto de corte: >6). Os pontos de corte foram estabelecidos pela análise da curva ROC (Receiver Operating Characteristic), com exceção do ponto de corte de fadiga, que foi estabelecido após análise da distribuição dos escores em percentis e do critério proposto pela National Comprehensive Cancer Network. RESULTADOS: Fadiga foi referida por 26,8% dos doentes. Os fatores de risco para fadiga foram os seguintes: serviço de saúde público, dor, prejuízo do sono, depressão e capacidade funcional prejudicada (p<0,05). A análise de regressão logística identificou três fatores preditivos: depressão, capacidade funcional e prejuízo do sono. A depressão aumentou em 4 vezes a chance de ocorrer fadiga (OR: 4,2; IC95% 1,68-10,39), a capacidade funcional aumentou em 3 vezes (OR: 3,2; IC95% 1,37-7,51) e o prejuízo do sono também em 3 vezes (OR: 3,2; IC95% 1,30-8,09). Quando os três fatores preditivos estiveram presentes, a probabilidade de ocorrer fadiga foi de 80%, o que indicou boa capacidade de predição. Quando os três fatores preditivos estiveram ausentes, a probabilidade de ocorrer fadiga foi de 8%. A especificidade e sensibilidade do modelo foram de 81,9% e 58,6%, respectivamente, indicando baixa chance de falsos positivos e alta chance de falsos negativos. CONCLUSÕES: Depressão, capacidade funcional e prejuízo do sono foram preditores de fadiga. O estudo disponibiliza tabela de probabilidade de predição de fadiga e propõe que, por meio da avaliação da depressão, da capacidade funcional e do prejuízo do sono, é possível conhecer a probabilidade do paciente ter fadiga, o que é inédito nessa população e de grande utilidade na clínica