A linguagem e os signos nas teorias do conhecimento no século das luzes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Adell, Edna Amaral de Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-10022017-104826/
Resumo: O objetivo da presente dissertação é mostrar a necessidade dos signos e da linguagem nas teorias de conhecimento na França no século XVIII. Embora muitos outros filósofos tenham investigado a questão da importância e da necessidade da linguagem, tais como Rousseau e Du Marsais, analisamos os textos de Condillac e Diderot, nos quais os signos e a linguagem são considerados essenciais para a aquisição de conhecimento. Tal escolha foi feita, pois tanto Condillac quanto Diderot tomaram o surdo e mudo de nascença como exemplo para corroborarem suas teses sobre a origem da linguagem. A primeira obra apresentada é o Essai sur lorigine des connaissances humaines (Ensaio sobre a origem dos conhecimentos humanos) de Condillac, que baseou seu trabalho no empirismo de John Locke no An Essay Concerning Human Understanding (Ensaio Acerca do Entenimento Humano). Na Primeira Parte do Ensaio, Condillac discute a origem e o desenvolvimento das faculdades da mente e do conhecimento humano. Para ele, a única fonte de todos os nossos conhecimentos encontra-se na sensação e todas as outras operações da mente são derivadas daí. Porém, para que essas operações se desenvolvam o uso dos signos e a linugagem se fazem absolutamente necessários. A Segunda Parte da obra descreve a origem e o progresso da linguagem cujos signos naturais são gradualmente substituídos por signos instituídos e sons articulados, formando-se a linugagem fonética articulada. A segunda obra analisada é o Tratado das Sensações, na qual Condillac demostra como as ideias se originam da sensação. Ele acredita que é necessário estudar os sentidos separadamente para poder distinguir quais ideias devem ser atribuídas a cada sentido. Dessa forma, pode-se observar como os sentidos são treinados e como um sentido pode auxiliar o outro. Em seguida, estudamos a Carta sobre os surdos e mudos de Diderot, texto no qual o autor francês investiga diversos tópicos estéticos, linguísticos e epistemológicos. Ele inicia a Carta com uma discussão sobre as inversões linguísticas e observa que o assunto somente pode ser tratado se primeiramente considerarmos como as linguagens foram formadas, o que conduz o enciclopedista a analisar a ordem natural das ideias e expressões. Para ele, a ordem natural só pode ser verificada por meio de um estduo da linguagem de gestos, visto que, os gestos exprimem melhor que as palavras. Para comprovar sua tese sobre a linguagem de gestos, ele utiliza exemplos da lingugaem gestual de surdos e mudos. Ele então desenvolve uma teoria sobre os hieróglifos, na qual a imagem hieroglífica reúne em uma única expressão todo um conjunto de sensações e ideias, passando pela linguagem de gestos, pantomima, prosódia, música e pintura. Baseado na teoria dos hieróglifos, ele mostra o conflito existente entre a ordem simultânea das ideias formadas em nosso pensamento e a ordem sucessiva do discurso. No final do texto, ele retoma os principais argumentos do debate precedente sobre a ordem das palavras.