Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Souza, Kellen Rocha de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-08042013-102900/
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Resumo: |
Este estudo teve como principal objetivo analisar as medidas ambientais adotadas pelo setor canavieiro do Brasil e relacioná-las ao contexto da economia verde e do decoupling. Por economia verde entende-se a economia que objetiva a promoção do bem-estar e igualdade social, conjuntamente à redução da escassez ecológica e dos riscos ambientais. Para que as sociedades transitem de uma economia marrom, tal como a atual que se baseia no uso intensivo de recursos naturais, para uma economia verde, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) propôs diversas medidas a serem adotadas e, dentre estas, o incentivo ao desenvolvimento e uso de energias renováveis. A possibilidade de dissociação entre o uso de recursos naturais e/ou geração de impactos ambientais e a promoção do crescimento econômico constitui-se numa das bases para o \"esverdeamento\" da economia. Esta dissociação foi denominada na literatura pelo termo decoupling. A escolha do setor canavieiro para a análise da ocorrência do decoupling foi motivada pelo fato de que, além de ser um setor envolvido diretamente com a produção de etanol e bioenergia, ambos energias renováveis, a produção da cana-de-açúcar no Brasil tem se expandido nos últimos anos e gerado impactos ambientais como as emissões de gases de efeito estufa. Ademais, o etanol e a geração de bioenergia a partir da cana-de-açúcar são fontes de energia que estão sendo promovidas pelo governo brasileiro, o que consequentemente implicará em maior produção da cana e maior pressão ambiental. Para avaliar os impactos ambientais gerados pelo cultivo da cana-de-açúcar no Brasil utilizou-se como metodologia o cálculo de indicadores de decoupling, até então não calculados no país. Estes indicadores permitem a verificação da ocorrência do decoupling em um determinado setor produtivo ou na atividade econômica como um todo. Para o setor canavieiro, foram calculados quatro indicadores de impacto ambiental distintos, a saber, de uso de defensivos agrícolas (2000 a 2010), de uso de herbicidas (2000 a 2010), de uso de fertilizantes (1990 a 2010) e de emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima da palha da cana-de-açúcar na fase de pré colheita (1990 a 2006). No caso dos defensivos e herbicidas, foram calculados indicadores de decoupling tanto usando dados de vendas de produto comercial quanto de ingrediente ativo. Apesar da não ocorrência do decoupling absoluto em nenhuma das variáveis analisadas, verificou-se algum grau de decoupling relativo em todas estas, principalmente em período mais recente. O resultado mais expressivo foi observado para as emissões de gases de efeito estufa. Ou seja, o decoupling está ocorrendo principalmente no impacto ambiental mais visível da produção de cana e que recebe maior pressão para ser eliminado, as queimadas. Ressalta-se que a literatura ainda carece de parâmetros de referência para a avaliação e comparação dos indicadores. O uso do controle biológico e a adoção de certificações ambientais são alguns dos fatores que podem contribuir para o decoupling na produção canavieira de maneira a torná-la mais sustentável. |