Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ghosn, Danielle Saad Nemer Bou |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-29052023-121859/
|
Resumo: |
Objetivo: A cetoacidose diabética (CAD) é um distúrbio metabólico agudo grave e o mais frequente em pacientes com diabetes mellitus tipo 1. O tratamento adequado é essencial para sua resolução, sendo a injúria renal aguda (IRA) uma complicação frequente nesses quadros. O objetivo do presente estudo foi avaliar o grau de IRA, aspectos clínicos e laboratoriais de crianças e adolescentes com CAD tratados apenas com NaCl 0,9%, com volumes iniciais maiores do que os preconizados pelas diretrizes internacionais. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva de paciente de até 18 anos atendidos por CAD no departamento de emergência do ICr-HCFMUSP de janeiro de 2008 a dezembro de 2017. Pacientes tratados conforme protocolo local receberam hidratação com NaCl0,9% com volume inicial maior do que o recomendado pelas diretrizes internacionais. Foi realizada revisão de prontuário com enfoque na avaliação clínica, prescrição e dados laboratoriais dos pacientes durante 72 horas após a admissão. Foi analisada a prevalência e gravidade da IRA de acordo com critérios definidos pelo grupo Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO), evolução dos resultados gasométricos e eletróliticos, bem como, tempo para resolução da IRA e CAD. Foram empregados modelos de regressão linear com efeitos aleatórios para avaliar o efeito do grau de IRA e gravidade da CAD ao longo do tempo sobre: Na corrigido, Cl, P, K, pH, bicarbonato e ânion gap. Foi realizada análise de trajetórias (group-based trajectory model) para identificação de padrões de similaridade do comportamento do cloro dos pacientes ao longo das 72 horas; além de análise de sobrevivência do tempo da resolução da IRA e da CAD utilizando modelo de Kaplan-Meier e comparação com o teste de Log Rank (Mantel-Cox). Foi adotado nível de significância de 5%. Resultados: Foram incluídos 68 episódios de CAD: 33,8% leves, 30,9% moderados e 35,3% graves. Avaliada função renal em 61 episódios, com 75% destes apresentando IRA: 63% grau 1, 37% grau 2 e nenhum paciente com IRA grau 3. Pacientes receberam em média 35±(16,0)mL/kg nas primeiras 2 horas de tratamento e 54±(21,7) mL/kg nas primeiras 4 horas. A média de tempo para resolução de IRA, no total dos episódios, foi de 10,4(±15,0) horas. O tempo médio para resolução de IRA grau 1 foi de 8,1(±9,0) horas enquanto nos episódios com grau 2 foi de 24,9(±20,1) horas (p=0,001). Episódios de CAD graves foram associados à IRA grau 1 em 31% e grau 2 em 65% (p=0,003). O grau de IRA inicial e a gravidade da CAD influenciaram no tempo para normalização da função renal. Não foi encontrada associação entre cloremia e desenvolvimento de IRA, nem com tempo para resolução da IRA e da CAD. Conclusão: O presente estudo demonstrou que, apesar da prevalência alta de IRA, a utilização de tratamento com volumes maiores na etapa inicial de hidratação de pacientes com CAD pode ser benéfica para o desfecho renal desses pacientes |