Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Serra, Renata Moreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-05102020-114650/
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Resumo: |
O Brasil ocupa o terceiro lugar do mundo em população prisional, com um terço apenas no estado de São Paulo. Apesar de o país possuir uma Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade, sua implementação ainda demonstra sinais de insuficiência. No sistema prisional, as prevalências de doenças ainda são, provavelmente, subnotificadas, a considerar que rotinas de atendimento de equipes de saúde e de rastreamento e seguimento de doenças crônicas nem sempre são estabelecidas no cárcere. Ademais, há poucos estudos que priorizam doenças crônicas não transmissíveis no ambiente prisional. Trata-se de estudo transversal, quantitativo e descritivo, que estimou a prevalência de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemia, síndrome metabólica e obesidade, além do perfil sociodemográfico e hábitos de vida das pessoas privadas de liberdade (PPL), do sexo masculino, que estavam reclusas na Penitenciária I de Serra Azul (PI). Das 1943 PPL foram sorteadas 202 pessoas provenientes de todos os raios, que responderam a questionários padronizados e realizaram exames laboratoriais, no período de junho a dezembro de 2019. Os dados foram analisados por meio de frequências absolutas, medidas de tendência central; para correlação de variáveis foram aplicados os testes de Fisher, Qui-quadrado, Cramer, Kendall ou regressão logística. O perfil sociodemográfico consistiu em maioria com menos de 40 anos de idade (70,79%), pardos ou pele de cor preta, com grau de instrução predominante de ensino fundamental incompleto (56,93%). O tabagismo (cigarro de palha e filtro) foi relatado por 49% dos sentenciados, semelhante à prevalência prévia à prisão (53,97%). Considerou-se, ainda, o ambiente de alto risco para tabagismo passivo. O uso de álcool e drogas reduziu após a reclusão, com provável impacto de medidas restritivas do sistema prisional. A autoavaliação de saúde predominou como \"boa\" ou \"regular\", e 41,6% nunca tinham sido atendidos por equipe de saúde na PI. Obtiveram-se prevalências de hipertensão arterial em 24,8%, dislipidemia em 54,5%, obesidade em 13,37%, diabetes em 2,5% e síndrome metabólica em 18,83%. Houve aumento de detecção de todas as doenças avaliadas, comparado a dados de prevalência prévios da Penitenciária, principalmente quanto dislipidemia. Outros achados indicam superlotação da PI, com difícil acesso à saúde, com prevalência de doenças crônicas subnotificadas e de padrão em geral mais elevado que a mesma faixa etária da população que vive fora do ambiente prisional. |