Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Brito, Lana Jocasta de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-24032022-103953/
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Resumo: |
O Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo e, apesar do elevado quantitativo de trabalhadores existentes nesses locais, poucos estudos abordam questões relativas ao trabalho de saúde e suas condições de operacionalidade dentro desses estabelecimentos. Nesse sentido, o objetivo geral deste estudo foi analisar os aspectos positivos e limitantes no trabalho de profissionais de saúde em unidades penitenciárias federais. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa, que utilizou a análise temática de dados. Foram entrevistados 22 trabalhadores de saúde que atuam em quatro penitenciárias federais brasileiras. No que diz respeito ao preparo dos profissionais de saúde, os resultados indicaram que estes trabalhadores desconheciam o ofício a ser desenvolvido ao ingressarem no sistema, assim, poucos já haviam tido experiências ou adentrado alguma prisão. Em consonância com estes dados, a instituição oferece poucos cursos, e aqueles que são disponibilizados têm pouca aplicabilidade e conexão com as práticas em saúde desenvolvidas no local de trabalho. Outro ponto importante é a deficiente oferta de cursos direcionados para a segurança pessoal desses trabalhadores. Como aspectos positivos apontados neste trabalho estão: reconhecimento salarial e estabilidade no trabalho; bom relacionamento interpessoal com os colegas no ambiente de trabalho; demanda de atividades diminuída nas unidades penitenciárias; jornada de trabalho flexível; e aporte de recursos físicos e materiais adequados. Já como aspectos limitantes, estão: falta de reconhecimento e valorização profissional; divergência entre o trabalho realizado e a atividade profissional; violência, medo e adoecimento no trabalho. Conclui-se que é premente a necessidade de melhorar as condições de trabalho desses profissionais. Eles, como qualquer outro servidor, estão sujeitos a sofrer violência, necessitando, portanto, de medidas institucionais como treinamentos, capacitação, educação permanente voltada à segurança pessoal, horário de trabalho mais flexível e porte de arma. A gestão deve considerar a segurança dos trabalhadores de saúde dentro e fora das prisões, e os centros formadores e educacionais devem repensar estratégias para a inserção do futuro profissional ainda enquanto aluno de graduação, de modo que estas instituições sejam campos de imersão e capacitação. Infelizmente, com o exponencial crescimento de pessoas encarceradas no país, as chances de os profissionais de saúde assistirem presos dentro ou fora de instituições carcerárias é muito grande, e sem a mínima formação não há como refletir sobre o planejamento do cuidado voltado para essas pessoas. |