Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Morais, Leticia Viana de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-16062023-114030/
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Resumo: |
Nesta dissertação, analisei o processo de transgressão de padrões sociais, militância política e encarceramento de mulheres que combateram a ditadura civil-militar brasileira (1964 - 1985). Com a promulgação do AI-5, em 1968, o recrudescimento da repressão política conviveu com estratégias de combate armado ao regime, levadas a cabo, especialmente, por jovens estudantes que ingressaram em grupos de guerrilha revolucionária. Direta ou indiretamente, as mulheres que se envolveram nessas lutas vivenciaram limites e potencialidades de ação marcadas pela condição de gênero. Objetivei com esse trabalho perceber vínculos entre a participação de mulheres na luta política e o reconhecimento de limites construídos pelo patriarcado, bem como possibilidades transformadoras na ação feminina. Para tanto, perscrutei os testemunhos de quatro militantes que participaram do movimento estudantil da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo e, posteriormente, ingressaram em organizações políticas que fizeram a opção pela luta armada. No início dos anos 1970, Lenira Machado, Nair Kobashy, Márcia Mafra e Iara Areias Prado foram confinadas no Presídio Tiradentes, em São Paulo, local apelidado pelos presos políticos como \"Torre das Donzelas\". Os testemunhos dessas mulheres fazem parte do acervo do Projeto Intolerância e Resistência: Memórias da Repressão Política no Brasil (1964-1985), uma parceria entre o Laboratório de Estudos sobre a Intolerância (FFLCH-USP) e o Arquivo Edgard Leurenhoth da Unicamp, com o financiamento da Fundação Ford. O presente trabalho demonstra que as jovens que vivenciaram esse processo romperam tradições, ampliaram a significação de ser mulher e experienciaram limites na atuação coletiva. Nesse contexto, no qual as opressões de gênero eram pouco valorizadas pelas esquerdas e para muitas mulheres, a racionalização a respeito desse tema se intensificou após o confinamento entre companheiras. A ação e a reflexão dessas protagonistas na, e acerca da condição das militantes contribuíram para o fortalecimento do feminismo brasileiro, entre mulheres brancas de classe média. Ao mesmo tempo, indicam limites no tocante a compreensão de coletivos políticos como conjuntos universais, o que corrobora com uma demanda analítica atual de considerar as subjetividades ao estudar identidades sociais. |