Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Brum, Mauricio Marques |
Orientador(a): |
Wasserman, Claudia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/220625
|
Resumo: |
Esta tese tem como objetivo central analisar a resistência aos discursos e práticas de desumanização da Ditadura Chilena (1973-1990) em três testimonios representativos. Para isso, são discutidos os mecanismos pelos quais a política de desumanização da ditadura se estabelece desde a implementação do regime. A partir disso, propõe-se uma periodização para compreender os momentos distintos na forma como os testimonios respondem a cada contexto, destacando uma obra de cada período: Escribo sobre el dolor y la esperanza de mis hermanos (1976), de Luis Alberto Corvalán Castillo, como obra representativa dos textos publicados no exílio e que buscam realizar uma denúncia do ocorrido no Chile; Un viaje por el infierno (1984), de Alberto Gamboa, representando o discurso do período de transição, quando os testimonios passam a ser publicados dentro do país e buscam uma reconciliação; e Frazadas del Estadio Nacional (2003), de Jorge Montealegre, representando um período posterior à perda de poder de Augusto Pinochet, quando os fatos da ditadura já são conhecidos e investigados pelo próprio governo democrático do Chile, e os testimonios tentam promover uma reflexão sobre o passado traumático. A argumentação em torno das características definitivas de cada um dos três períodos propostos é feita comparando os textos destacados com outros relatos contemporâneos da experiência concentracionária no Estádio Nacional e no campo de Chacabuco. Apesar das diferenças de cada período, no entanto, permanece notável uma constante a narrativa de episódios “felizes” e “positivos” vividos dentro da prisão política, independentemente da época em que os livros são escritos. A tese busca demonstrar, então, como essas memórias que o próprio Montealegre (2013) define como sendo inicialmente eclipsados acabam por se tornar significativos e essenciais para que a resistência à desumanização se consolide no testimonio ao longo dos tempos – fortalecendo um discurso em prol dos direitos humanos e que contradiz as representações de otredad negativizada que a ditadura atribuía aos prisioneiros políticos. |